Da Redação
Em meio à fase decisiva do julgamento da “trama golpista” no STF, o governo dos Estados Unidos pressiona com sanções econômicas e retórica bélica, levantando preocupações sobre interferência externa e violação da soberania brasileira.
À medida que a reta final do julgamento da trama golpista se desenvolve no Supremo Tribunal Federal, a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos se intensifica — com Washington sugerindo a adoção de medidas econômicas e militares “para defender liberdades fundamentais” em nome de sua política externa.
A embaixada norte-americana no Brasil republicou uma mensagem do subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado, na qual promete “tomar as medidas cabíveis” contra o ministro Alexandre de Moraes, destacando que seus supostos abusos atentam contra liberdades essenciais. A nota foi divulgada precisamente no contexto do julgamento, aumentando a tensão institucional.
Essa postura reforça uma estratégia já em curso: o governo Trump impôs uma tarifa de 50% sobre importações brasileiras, em retaliação ao processo judicial sobre Bolsonaro, visto como “caça às bruxas”. As medidas também foram justificadas com acusações de que autoridades brasileiras estariam apelando a controles digitais e restrições que afetariam interesses e empresas americanas — sobretudo as de redes sociais.
A escalada ameaça não apenas afetar o comércio bilateral, mas também a estabilidade política do país. Com aval institucional, interlocutores brasileiros temem que a retórica possa abrir espaço para pressões diretas, incluindo ações militares simbólicas ou efetivas na região, caso os EUA considerem isso necessário para “proteger princípios democráticos”.
No plano interno, a diplomacia brasileira mobilizou seus canais oficiais para enfrentar essa situação. Rejeitando a oferta de intervenções ou desautorizações, o governo de Lula tratou as ações americanas como “chantagem internacional” e reafirmou o princípio da soberania nacional. A Advocacia-Geral da União reforçou ainda os canais formais e institucionais de diplomacia.


