Da Redação
Pesquisa revela divisão: 49% defendem resposta proporcional aos EUA, enquanto a maioria apontou motivação política no aumento de tarifas.
A mais recente pesquisa do Ipsos-Ipec, divulgada nesta terça-feira, 12 de agosto de 2025, aponta uma divisão expressiva da sociedade brasileira sobre como reagir ao “tarifaço” de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. Para 49% dos entrevistados, o Brasil deveria retaliar com tarifas equivalentes sobre produtos americanos, enquanto 43% são contrários a essa estratégia.
Entre os que apoiam a retaliação, 33% concordam totalmente com a medida e 16% concordam em parte. Já entre os que se opõem, 30% discordam totalmente e 13% discordam parcialmente.
O estudo, realizado entre os dias 1º e 5 de agosto com 2 mil entrevistas em 132 cidades e margem de erro de dois pontos percentuais, revela diferenças marcantes por perfil: o apoio à retaliação é maior entre eleitores de Lula (61%), jovens de 16 a 24 anos (55%), moradores do Norte e Centro-Oeste (58%), pessoas com ensino superior (53%), mulheres (51%), católicos (51%) e famílias de rendimento entre 1 e 2 salários mínimos (50%). Já os que se opõem são predominantemente eleitores de Bolsonaro (56%), moradores do Sul (52%), pessoas em periferias (52%) e evangélicos (50%).
A pesquisa também indica que 75% dos brasileiros enxergam o tarifaço como motivação política, e não econômica. Apenas 12% acham que o motivo foi comercial, 5% apontam ambos os fatores e 8% não souberam responder.
Em relação à imagem dos Estados Unidos, houve deterioração: antes do anúncio, 48% avaliavam positivamente a imagem do país; após, 38% afirmaram que a imagem dos EUA piorou, enquanto 6% notaram melhora e 51% viram estabilidade.
Por fim, 68% dos entrevistados defendem que o Brasil priorize acordos com outros parceiros comerciais, como China e União Europeia, enquanto 60% temem que o embate tarifário com os EUA possa isolar o país internacionalmente.