Da Redação
Ricardo Capelli, ex-interventor relata bastidores do 8 de janeiro, critica sabotagem econômica e aposta na reindustrialização como caminho para a reconstrução nacional
Em entrevista ao Democracia no Ar, transmitido pela TV Atitude Popular, Ricardo Capelli falou sobre os bastidores do livro “08/01 – o Brasil que você não viu”, defendeu o papel do STF no enfrentamento da tentativa de golpe e detalhou as estratégias do governo Lula para a retomada do desenvolvimento.
“Jamais uma dessas conspirações golpistas foi a julgamento. 2025 é a primeira vez na história em que uma conspiração vai a julgamento, colocando no banco dos réus civis e militares, inclusive de alta patente”, afirmou Capelli ao analisar o papel inédito desempenhado pelo Supremo Tribunal Federal.
Sobre a tentativa frustrada de golpe, Capelli atribuiu a resistência a um conjunto de fatores: “A atitude enérgica do presidente Lula e do ministro Flávio Dino, a união dos poderes e o fracasso em mobilizar apoio popular e no alto comando das Forças Armadas impediram a consumação do golpe.”
Apesar das ameaças, ele reforçou que manteve a serenidade durante os 23 dias da intervenção federal: “Não me senti ameaçado em nenhum momento. Procurei agir com equilíbrio, separando pessoas de instituições. Isso me deu condições de manter o respeito até mesmo de quem não votou no presidente Lula.”
Ao tratar do cenário internacional, Capelli fez questão de relativizar os ataques de Donald Trump ao STF: “Tem muita bravata para a plateia. A relação comercial entre Brasil e EUA continua forte. A vida concreta não muda com esses arroubos.”
Segundo ele, a instabilidade institucional faz parte de uma crise mais ampla: “O mundo vive uma transição de hegemonia para a Ásia. O Ocidente está perdendo sua base material e concentrando renda de forma inédita. A democracia não está conseguindo entregar prosperidade, e isso faz com que as pessoas passem a questioná-la.”
Sobre o momento atual, Capelli destacou a oportunidade de fazer o debate sobre justiça fiscal a partir da crise do IOF: “Não é possível que um enfermeiro ou um trabalhador da construção civil pague mais imposto que um bilionário ou banqueiro. O debate não é técnico, é sobre justiça.”
À frente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Capelli detalhou os programas que estão recolocando o país na rota do crescimento: “O Brasil voltou a ter política industrial. Com a Nova Indústria Brasil, criamos o Plano Mais Produção, o programa Mover, lançamos a Letra de Crédito do Desenvolvimento e a depreciação acelerada para renovação do parque fabril.”
Mesmo sob juros altos, os resultados começaram a aparecer: “O PIB cresceu 3,4% em 2025, puxado pela indústria que avançou 3,8%. Temos o menor desemprego da história, 6,2%. O investimento cresceu 9,1% no primeiro trimestre, mesmo com 70% vindo de capital próprio, porque o custo do crédito é absurdo. A taxa Selic é um escândalo.”
Ao relembrar os anos de desmonte da indústria, Capelli foi categórico: “Na Lava Jato, os dirigentes podiam até ter errado, mas em vez de punir as pessoas e preservar as empresas, decidiram liquidar tudo. Foi um prejuízo gigantesco para o Brasil.”
Ao final, Capelli confirmou sua pré-candidatura ao governo do Distrito Federal pelo PSB: “É uma honra. O desafio é unir o campo progressista. Estou focado em fortalecer a política industrial, gerar empregos e desenvolvimento. Na hora certa, estarei no combate.”
📅 De segunda à sexta
🕙 Das 10h às 11h
📺 Ao vivo em: https://www.youtube.com/watch?v=lAuns-zH0EI&t=6s&ab_channel=TVAtitudePopular
💚 Apoie a comunicação popular!
📲 Pix: 33.829.340/0001-89