Da Redação
Em um texto contundente e de alcance global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a fome não é uma fatalidade natural, mas uma escolha política. O artigo, publicado nesta terça-feira (15) em jornais do Brasil e do exterior, marca o Dia Mundial da Alimentação e apresenta a fome como o mais cruel sintoma da desigualdade produzida pelo capitalismo contemporâneo.
O texto foi reproduzido em veículos de comunicação de países da América Latina, da Europa, da África e da Ásia, consolidando Lula como uma das principais vozes internacionais no debate sobre justiça social e combate à pobreza.
A fome como construção política, não como destino
Lula inicia o artigo com uma frase central: “A fome é a mais inaceitável das injustiças, porque a solução está ao nosso alcance.”
Ele lembra que a fome é resultado de escolhas econômicas, da concentração de renda e da ausência de vontade política, e não de escassez de alimentos.
Segundo o presidente, o mundo produz comida suficiente para alimentar quase o dobro da população global, mas milhões continuam em situação de insegurança alimentar porque “os lucros de poucos valem mais do que o prato de muitos”.
Lula defende que a erradicação da fome depende de decisões corajosas, como políticas de redistribuição de renda, fortalecimento da agricultura familiar, segurança alimentar e integração produtiva entre países do Sul Global.
O Brasil como exemplo de que é possível vencer a fome
O texto faz referência à experiência brasileira no início dos anos 2000, quando o programa Fome Zero foi lançado e transformado em política de Estado. Lula recorda que, entre 2003 e 2014, 36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza e o país chegou a ser retirado do Mapa da Fome da ONU.
“Provamos que é possível, em poucos anos, tirar um país inteiro da fome quando há vontade política e compromisso social”, escreveu.
Ele reforça que a volta da fome entre 2016 e 2022 não foi um acidente, mas resultado direto de políticas neoliberais, cortes de programas sociais e destruição da capacidade do Estado de proteger os mais vulneráveis.
A nova retomada de políticas públicas de combate à pobreza e à fome desde 2023 é, segundo o presidente, “uma reconstrução de direitos e de dignidade”.
Fome, desigualdade e guerra
Lula amplia o debate para o cenário internacional, afirmando que a fome global está sendo agravada por guerras, sanções econômicas e pela concentração de poder nas mãos de grandes corporações transnacionais.
O presidente denuncia que a especulação de alimentos e a financeirização da agricultura transformaram a comida em ativo de investimento, e não em direito humano.
“Hoje, o preço do pão é decidido por algoritmos em bolsas de valores e não pelo suor do agricultor ou pelas necessidades do povo”, escreveu.
Ele cita também a crise climática como um dos fatores mais graves para a insegurança alimentar mundial, especialmente nos países pobres, que sofrem os impactos ambientais provocados pelos ricos, mas têm menos recursos para enfrentá-los.
Um chamado ao mundo: o combate à fome como pacto civilizatório
O artigo faz um chamado direto aos líderes globais e à sociedade civil:
“Nenhuma nação pode se considerar democrática enquanto houver pessoas com fome.”
Lula propõe que o combate à fome se torne prioridade mundial, no mesmo patamar da transição energética e das políticas climáticas, defendendo uma nova aliança internacional baseada na solidariedade, na soberania alimentar e na cooperação entre os países do Sul Global.
Ele também exalta o papel da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e de iniciativas regionais como a CELAC e o BRICS, que podem liderar a construção de uma política global contra a fome.
O papel do Brasil e o novo paradigma de solidariedade
Encerrando o artigo, Lula afirma que o Brasil voltará a ocupar posição de liderança moral e política no combate à fome.
“Temos obrigação histórica de provar que o mundo pode ser mais justo, porque já mostramos que isso é possível.”
O presidente relaciona o tema à soberania alimentar e à soberania informacional, defendendo que o acesso à comida, ao conhecimento e à tecnologia deve ser universal e equitativo.
O texto é descrito por analistas como um manifesto global pela dignidade humana, no qual Lula retoma a narrativa que o transformou em símbolo internacional da luta contra a desigualdade.
Conclusão
O artigo “A fome é uma escolha política” não é apenas um apelo moral, mas um programa político em escala planetária.
Lula recoloca o debate sobre a fome como centro ético da política global, em contraste com a lógica de mercado que normaliza o sofrimento humano.
Com essa publicação, o Brasil volta a exercer liderança diplomática e social no Sul Global, reafirmando um valor simples, mas revolucionário: a fome é inaceitável — e o combate a ela é o dever mais urgente da humanidade.