Professor Roberto Cardoso analisa os bastidores da extrema direita, o cerco a Lula no Congresso e os riscos reais para a democracia brasileira
No programa Democracia no Ar, transmitido pela Rádio e TV Atitude Popular, a jornalista Sara Goes conversou com o professor e comunicador popular Roberto Cardoso sobre o papel da comunicação, os riscos de normalização da extrema direita e o esvaziamento das instituições democráticas no Brasil. A entrevista foi ao ar em 21 de junho e está disponível no canal do YouTube da emissora.
Com seu estilo direto e didático, Roberto detalhou as entranhas do caso Carla Zambelli e apontou os riscos do avanço da extrema direita como um projeto organizado de poder, inspirado em modelos internacionais como o de Viktor Orbán, na Hungria. “O que ela fez é uma das coisas mais graves que já vi. Ela invadiu o sistema do CNJ, emitiu mandado falso contra Alexandre de Moraes, soltou presos, desviou verba pública. E ainda assim diz que está sendo perseguida. Mas não é perseguição, é consequência”, afirmou.
A análise de Roberto vai além do caso individual. Para ele, Zambelli é parte de um ecossistema tóxico que inclui sabotagem institucional, chantagem orçamentária e manipulação de massas por meio das redes. “O entorno do Bolsonaro é de gente que mata. O Adriano da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, foi homenageado pelo Flávio. O Rony Lessa, vizinho do Bolsonaro, matou a Marielle. Nós colocamos um sujeito cercado de milicianos na presidência e agora fingimos que é exagero falar em golpe.”
Durante a entrevista, Sara lembrou que Zambelli não é mais que um elo fraco, rejeitada até pela família Bolsonaro, mas ainda útil como joguete discursivo. Roberto concorda, mas alerta que a função simbólica de personagens como ela não pode ser subestimada: “Ela fala a língua do gado. Entende os códigos. E mesmo sem inteligência, consegue manipular. Isso é comunicação política. Isso é guerra cultural.”
A conversa também abordou a chantagem imposta ao governo Lula por um Congresso dominado pelo Centrão, que opera como intermediador de interesses privados. Para Roberto, a presidência virou refém do orçamento secreto inaugurado por Bolsonaro e mantido de forma disfarçada. “Lula não governa com quem quer. Ele governa com quem o povo elegeu. E essa turma não quer ministério, quer grana no pix. É uma máquina de chantagem.”
Em tom de alerta, o professor apontou que a extrema direita já traçou sua rota: garantir maioria no Senado em 2026 e alterar a composição do Supremo Tribunal Federal. “Eles não querem ganhar só a presidência, querem moldar as regras do jogo. Se vencerem, ampliam o número de ministros do STF, nomeiam a maioria e nunca mais saem do poder. O golpe agora é legislativo, não precisa de tanque na rua.”
Ao fim do programa, Sara e Roberto defenderam o fortalecimento da comunicação popular como trincheira fundamental contra a desinformação. “A gente só tem uma arma: a informação. E a verdade. Todo o resto, o dinheiro, os votos, as plataformas, está com eles. Mas a verdade, essa ainda é nossa”, concluiu Roberto.
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