Da Redação
A Agência Brasileira de Inteligência inicia testes de aplicativo de mensagens próprio para uso interno pelo governo federal, com foco em segurança e soberania digital.
Nesta segunda-feira, 4 de agosto de 2025, a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) comunicou ao Congresso Nacional o início da fase de testes de um novo aplicativo de mensagens instantâneas para circulação interna no governo federal. A plataforma será inicialmente restrita ao Sisbin — rede de troca de informações de inteligência entre órgãos públicos — mas há previsão de expansão da ferramenta para toda a administração pública.
Desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Ceará e o Serpro, o aplicativo substitui o antigo sistema Athena e reduz a dependência de mensagerias privadas como WhatsApp e Telegram. A medida tem como principal justificativa a necessidade de garantir comunicação criptografada, controle sobre dados sensíveis e soberania digital.
O teste decorre após críticas ao uso dessas plataformas comerciais, especialmente em incidentes como os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando alertas de inteligência foram distribuídos via WhatsApp, gerando falhas de coordenação institucional. O diretor-geral da ABIN destacou que aplicações diplomáticas e relatórios de inteligência exigem confidencialidade absoluta e rígidos padrões de segurança.
A nova ferramenta promete permitir envio de textos, áudios, fotos, vídeos, gravações de voz, criação de grupos e realização de chamadas, com recursos adicionais como destruição remota de dados em caso de dispositivo comprometido. Também está sendo construída infraestrutura para catalogação e compartilhamento seguro de documentos dentro do Sisbin, com alta proteção e controle de acesso.
O avanço da plataforma integra o Programa de Transformação Digital (PDX), que visa modernizar os canais digitais do sistema de inteligência brasileiro, alinhando-os ao marco da nova governança federal. A expectativa é que a adoção desse sistema fortaleça a autonomia institucional frente a empresas privadas estrangeiras.