Atitude Popular

AfD, partido neonazista, se torna o partido mais popular da Alemanha em nova pesquisa

Da Redação

AfD ultrapassa CDU/CSU em pesquisa nacional com 26% de apoio, aprofundando a crise política do chanceler Merz.

Uma nova pesquisa Forsa revela que o partido de extrema-direita Alternative for Germany (AfD) agora lidera a preferência dos eleitores alemães, com 26% de apoio, superando a coalizão conservadora CDU/CSU, que caiu para 24%, seu nível mais baixo desde 2021.

Os resultados refletem um momento crítico para o chanceler Friedrich Merz, cujo governo enfrenta tensões internas causadas por suspensões de exportações de armas para Israel, indicação falida para o tribunal federal e posições controversas sobre migração e economia. Essas decisões contribuíram para minar sua popularidade, apesar de aprovar um pacote financeiro significativo para apoiar a Ucrânia.

Nesta arte de capa em estilo pop art, o Parlamento alemão é retratado como um grupo de zumbis em ternos e gravatas, com símbolos fascistas visíveis, avançando de forma caótica para destruir um grande livro de história. A imagem é uma metáfora visual poderosa para a inquietante ascensão do neonazismo e do extremismo de direita nos corredores do poder europeu — especialmente na Alemanha — e a amnésia cultural que esse fenômeno implica.

Nas urnas alemãs, o AfD (Alternative für Deutschland) atingiu 20,8% dos votos nas eleições de 2025, tornando-se a segunda maior bancada do Bundestag, atrás apenas da tradicional coalizão CDU/CSU. Esse avanço representa o maior resultado de um partido de extrema direita desde o pós-Segunda Guerra Mundial, superando o histórico de 10,4% em 2021 e dobrando sua fatia eleitoral em poucos anos.

A ascensão do AfD evidencia uma erosão contínua da “firewall” democrática alemã — política de não cooperação entre partidos democráticos e qualquer força extremista — que até recentemente mantinha o partido marginalizado. Esse enfraquecimento da resistência institucional ao AfD tem sido acompanhado por um crescimento da polarização e pelo aumento da presença de discursos xenófobos e revisionistas no debate público.

Esse cenário não é exclusivo da Alemanha. A Europa enfrenta uma onda crescente de partidos populistas e nacionalistas em governos ou coalizões — na Bélgica, Hungria, Croácia, Suécia, Finlândia e Holanda — refletindo um alinhamento ideológico entre movimentos conservadores e radicais.

A conscientização pública reagiu com mobilizações expressivas. Entre 2024 e 2025, manifestações em massa tomaram cidades como Berlim, Hamburgo e Stuttgart, com centenas de milhares protestando contra o AfD e defendendo uma proteção efetiva à democracia — sob o lema “Somos a barreira”.

O perigo da normalização do extremismo de direita reside na desconstrução de tabus históricos, na relativização da culpa alemã pelo passado nazista e no avanço de uma agenda política baseada na intolerância. Alimentados por crises migratórias, instabilidade econômica e discursos nacionalistas, esses movimentos colocam em risco décadas de construção democrática e integração europeia.

Em resumo, a imagem reflete uma alarmante realidade: a diluição coletiva da memória histórica e o avanço de ideologias autoritárias, encapsulados no progresso institucional de forças neonazistas. O livro sendo atacado representa não apenas a História, mas também o sentido crítico que resiste ao revisionismo. Frente a isso, a sociedade democrática precisa reagir com educação, memória ativa e mecanismos democráticos firmes.