Da Redação
Partido de extrema-direita AfD ganha força na Alemanha ocidental, alcançando cerca de 14,5 % dos votos e pressionando partidos tradicionais como CDU e SPD.
O partido Alternativ für Deutschland (AfD), de tendência nacionalista e anti-imigração, alcançou desempenho recorde na eleição municipal mais recente em North Rhine-Westphalia, o Estado mais populoso da Alemanha, realizado em 14 de setembro de 2025. O AfD obteve cerca de 14,5 % dos votos nos conselhos municipais e distritais, quase três vezes o resultado que alcançou na mesma votação de 2020, quando ficou em torno de 5 %.
A vitória simbólica do partido confirma uma tendência de crescimento de apoio à extrema-direita também nas regiões ocidentais da Alemanha, tradicionalmente mais reticentes em abraçar esse tipo de ideologia. A eleição de 2025 foi considerada um termômetro importante para testar a popularidade do governo de coalizão do CDU (União Democrata-Cristã) com o SPD (Partido Social-Democrata), liderado pelo chanceler Friedrich Merz.
O CDU manteve a liderança na eleição, com cerca de 33,3 % dos votos, seguido pelo SPD com aproximadamente 22,1 %. Esses números demonstram, porém, que embora o CDU continue sendo o partido com maior base, seu espaço está sendo corroído pela ascensão de partidos como o AfD.
Partidos menores sofreram perdas significativas. Os Verdes (Die Grünen) viram seus percentuais caírem para cerca de 13,5 %, perdendo território político e visibilidade.
Analistas sugerem que o sucesso do AfD se baseou em combinações de fatores: insatisfação com a política de imigração, preocupações econômicas, inflação, insegurança e a sensação de abandono em regiões industriais em declínio. Em várias cidades, candidatos do AfD chegaram ao segundo turno em disputas municipais, algo inédito até pouco tempo.
Essa ascensão coloca uma pressão séria sobre a coalizão governista CDU-SPD, que precisa lidar com críticas internas e externas por não responder adequadamente às demandas populares. Para muitos eleitores, o AfD aparece como alternativa de protesto, rejeição das elites políticas e promessa de “retorno à ordem”.