Da Redação
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o impacto das tarifas impostas pelos EUA atinge apenas uma parcela limitada das exportações nacionais. Ele destacou também a menor dependência histórica do mercado americano e defendeu negociações diplomáticas e expansão comercial.
Durante debate político promovido pelo PT em Brasília, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou que o Brasil está preparado para superar a crise gerada pela sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos às suas exportações. Alckmin apontou que, nos anos 1980, os EUA representavam 24% das exportações brasileiras. Atualmente, esse valor caiu para 12%, e apenas 3,3% das vendas totais são afetadas pelas novas tarifas.
Ele explicou que cerca de 36% das exportações com destino aos EUA sofreram o impacto tarifário, particularmente setores industrializados como maquinário, calçados, têxteis e equipamentos. Alimentos como carne, café e suco de laranja têm maior flexibilidade para migrar a outros mercados, enquanto produtos manufaturados demandam mais tempo para realocação, mesmo que isso ocorra de forma gradual.
Alckmin também informou que 42% dos produtos brasileiros foram excluídos da sobretaxa, enquanto 16% foram enquadrados em regimes tarifários globais aplicáveis a outros países, como a taxa sobre exportações de aço e alumínio. Em resposta às restrições americanas, o governo já ativou linhas de crédito, ampliou o draw‑back (suspensão de tributos sobre insumos) e aumentou a restituição de impostos federais para empresas exportadoras.
Ele reiterou que o Brasil seguirá pressionando por redução das tarifas e investindo na diversificação de mercados, com negociações avançadas para o acordo Mercosul-União Europeia e parcerias com o EFTA, Singapura e Emirados Árabes. O país também recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) e prepara possível ação em tribunais norte-americanos, reforçando que regulações não podem ser usadas como instrumento político.