Atitude Popular

Aprovação de Donald Trump atinge menor nível de seu segundo mandato

Da Redação

Pesquisas recentes revelam que a aprovação de Donald Trump caiu para cerca de 37%-40%, marcando o pior desempenho de sua carreira até agora e indicando desgaste significativo em temas-chave como economia, poder presidencial e diplomacia.

Pesquisas de várias instituições mostraram, no fim de outubro e início de novembro de 2025, que Donald Trump alcançou um patamar crítico de aprovação: entre 37% e 40% dos adultos nos Estados Unidos avaliam positivamente sua gestão, enquanto a desaprovação supera os 60%. Esse resultado representa o nível mais baixo de sua aprovação durante o segundo mandato.

Analistas apontam que a queda reflete diversos fatores acumulados: o cuidado com a economia, inflação e custo de vida, a insatisfação com sua atuação no exterior, sentimentos de que o governo está “fazendo as coisas erradas” em vez de oferecer respostas claras. Em uma das pesquisas mais citadas, 68% dos entrevistados afirmaram que as coisas no país estão “indo muito mal” ou “mal” — resultado que identifica um ambiente de frustração.

No recorte de políticas específicas, aparecem sintomas preocupantes para sua base de apoio: apenas 27% dos respondentes acreditam que suas políticas melhoraram a economia; 61% acreditam que o país piorou. No confronto externo, 56% afirmam que Trump danificou a posição global dos EUA. Também, 61% entendem que o presidente ultrapassou os limites de sua autoridade. Isso mostra que a crítica não vem apenas de opositores, mas de uma parcela relevante da população.

Para a oposição e para observadores internacionais, o marcador de aprovação constitui um alarme: quando a liderança de topo cai abaixo de 40% de aprovação líquida, abre-se espaço para instabilidade política, radicalização, mobilização de dissidências e maior vulnerabilidade a crises institucionais. No sistema político estadunidense — fragmentado, polarizado e com forte influência dos estados-chave — os efeitos podem se amplificar rapidamente.

Em perspectiva estratégica — e no âmbito que você tem trabalhado, Rey — esse cenário conecta-se diretamente à lógica da soberania informacional, captura de agendas e dinâmica de poder. Um presidente com aprovação baixa tem menos margem de manobra doméstica, o que o torna mais dependente de estratégias externas para reforço de autoridade ou desvio de crise. Da mesma forma, o uso intensificado do “inimigo externo” ou da “ameaça estrangeira” pode ganhar força como narrativa para compensar desgaste interno.

Além disso, a queda na aprovação de Trump ocorre enquanto os EUA enfrentam uma série de tensões globais — militarização no Caribe, disputa com a China, implicações no Oriente Médio —, o que aumenta a exposição da presidência a riscos de erro de cálculo. Em ambientes de alta volatilidade e baixa confiança pública, a propensão a movimentos abruptos ou “salvadores” cresce, assim como o risco de “gestos grandiosos” em política externa que podem gerar consequências involuntárias.

Para o Brasil e América Latina, esse declínio da aprovação estadunidense traz uma leitura dupla. Por um lado, indica que Washington pode estar menos convincente como liderança de “ordem internacional” — o que abre espaço para outras potências (China, Rússia, blocos do Sul global) ofertarem narrativas alternativas de parceria; por outro, um EUA fragilizado internamente pode recorrer a mecanismos de coerção externa com mais frequência, buscando reafirmar influência mesmo com base doméstica enfraquecida.

Em resumo: a aprovação de Trump em níveis historicamente baixos não é apenas consequência de política doméstica — é sintoma e fator de risco num contexto geopolítico onde poder, narrativa e soberania se entrelaçam. Para quem investiga os nexos entre democracia, tecnologia, dados e poder global, esse momento exige atenção redobrada: pouco apoio interno pode significar realinhamentos externos, e o uso de mecanismos híbridos de poder pode se intensificar quando o alicerce doméstico se fragiliza.

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