Da Redação
Nova sondagem mostra melhora na avaliação do governo Lula: índices de aprovação crescem, os de reprovação diminuem, embora maioria ainda critique a gestão como ruim ou péssima.
Uma nova pesquisa Ipsos-Ipec divulgada em 11 de setembro de 2025 mostra que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu uma recuperação modesta, porém estatisticamente relevante, nos índices de avaliação pública. Segundo o levantamento, a parcela de brasileiros que avalia a gestão como “ótima” ou “boa” subiu cinco pontos percentuais em comparação à última rodada de junho, passando de 25 % para 30 %. Por outro lado, a desaprovação (ruim ou péssimo) caiu de 43 % para 38 %. Aqueles que consideram o governo “regular” também aumentaram ligeiramente, de 29 % para 31 %, e cerca de 1 % dos entrevistados declararam não saber ou não responder.
A pesquisa entrevistou presencialmente 2.000 pessoas com 16 anos ou mais, distribuídas em 132 cidades de todas as regiões do país entre os dias 4 e 8 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95 %.
Para especialistas, esses números indicam um “respiro” para o governo, que vinha enfrentando crescente rejeição no primeiro semestre. Márcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec, destacou que a retomada dos pontos positivos pode sinalizar que o pior momento para a avaliação negativa foi em junho — mas que ainda há um caminho a percorrer para mudar substancialmente a percepção nacional.
Os recortes demográficos e regionais ajudam a explicar a oscilação: regiões historicamente mais críticas, setores de renda mais elevada e eleitores com maior grau de escolaridade tendem a manter índices de rejeição mais altos. Já em áreas do Nordeste, entre eleitores com menor poder aquisitivo, e entre aqueles que votaram em Lula em 2022, a aprovação segue mais firme.
Ainda assim, o saldo é negativo: mais de 1 em cada 3 brasileiros considera que o governo está “ruim ou péssimo”, e a desaprovação (respondendo à forma de governar) permanece maior do que a aprovação. Na pesquisa divulgada pela Ipsos-Ipec, 51 % dos entrevistados disseram desaprovar a forma como Lula administra o país, contra 44 % que aprovaram.
Especialistas políticos apontam que esse cenário reforça a importância de políticas de impacto rápido e de articulação institucional para o governo, tanto para consolidar ganhos recentes de imagem quanto para enfrentar pressões políticas crescentes. Também aponta para um momento sensível no horizonte eleitoral de 2026, no qual a gestão será observada de perto, inclusive naquilo que toca à economia, custos de vida e respostas aos desafios federais com crises locais.