Da Redação
Detidos após a interceptação da flotilha humanitária rumo a Gaza, ativistas de várias nacionalidades, incluindo brasileiros, iniciaram greve de fome para denunciar sua prisão e a recusa de assistência adequada.
Após a intervenção naval israelense que prendeu vários ativistas da flotilha humanitária Global Sumud, ocorreu uma grave escalada: alguns dos detidos passaram a aderir a uma greve de fome como forma de protesto e denúncia. O movimento foi informado pela Delegação Brasileira da flotilha e por organizações internacionais que acompanham o caso.
Os ativistas afirmam que a prisão foi ilegal, destacando que foram abordados em águas internacionais enquanto a missão visava entregar ajuda a Gaza. A decisão de paralisar a alimentação é uma medida extrema: muitos alegam que continuam sob condições precárias, com restrição de comunicação, mínima assistência e pressão para assinar documentos que implicariam reconhecimento de entrada ilegal em Israel.
Entre os detidos estão brasileiros — como o ativista Thiago Ávila e a deputada Luizianne Lins —, além de representantes de dezenas de países. A greve de fome é entendida por eles como instrumento de denúncia corporal e resistência política frente ao tratamento que consideram violador de direitos humanos.
Advogados do movimento humanitário informaram que começaram a acompanhar juridicamente os detidos e já foram realizadas audiências preliminares. Apenas alguns ativistas aceitaram assinar um “Pedido de Saída Imediata”, documento que implica reconhecer a entrada irregular em território israelense e que pode levar à deportação imediata com possibilidade de banimento futuro.
O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, notificou formalmente Israel sobre a inconformidade da ação e exigiu esclarecimentos. Diplomatas brasileiros terão acesso aos 15 cidadãos do país detidos para monitoramento consular e para assegurar condições dignas durante o período de prisão.
O cenário é delicado: a greve de fome eleva o risco à saúde dos ativistas e introduz um elemento de urgência humanitária no impasse diplomático. Caso algum grevista apresente complicações médicas, a pressão internacional poderá crescer, mobilizando entidades de direitos humanos e ampliando a visibilidade do confronto entre soberania estatal e proteção de civis em missões humanitárias.