Da Redação
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta segunda-feira em Cuiabá que não pretende se aposentar, destacando sua satisfação com o papel institucional e rebatendo críticas sobre supostas falhas na democracia brasileira.
Em coletiva realizada em Cuiabá (MT), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, respondeu com convicção às especulações sobre uma aposentadoria antecipada: “Não, não vou me aposentar, não. Estou feliz da minha vida”. Foi uma das primeiras respostas públicas do ministro sobre o tema, que desponta como figura central neste momento institucional e eleitoral.
A fala ocorreu após o lançamento do programa “Diálogos com as Juventudes”, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que visa aproximar o Judiciário dos jovens brasileiros. Barroso ratificou que sua trajetória à frente da Corte segue firme, reformulando interpretações precipitadas sobre seu futuro.
A declaração também surge em um contexto de rumores de aposentadoria antecipada após o encerramento de seu mandato como presidente em setembro. Em setembro, Edson Fachin deve assumir a liderança do STF. A reação interna ao pronunciamento já movimentou articulações nos bastidores sobre possíveis nomes para repor eventual vaga, como Jorge Messias, Vinícius Marques de Carvalho e Rodrigo Pacheco — todos cotados desde a saída da ministra Rosa Weber.
Além de afastar rumores, Barroso aproveitou para rejeitar duras críticas que acusam a Corte de praticar uma suposta “ditadura do Judiciário”. Ele observou que tais comentários revelam desconhecimento histórico. “Ditaduras são regimes em que não se tem liberdade, há tortura, censura, exílio ou aposentadorias compulsórias — nada disso ocorre no Brasil”, afirmou. Para Barroso, divergências nas decisões judiciais não caracterizam autoritarismo, mas parte do funcionamento democrático.
Durante sua presidência — iniciada no final de 2023 — Barroso conduziu julgamentos fundamentais, como o que envolveu a responsabilização de Jair Bolsonaro por trama golpista, os ataques de 8 de janeiro e o controle sobre as big techs em plataformas digitais. Este cenário intenso reforça a importância da permanência de uma voz firme à frente da Corte, diante de pressões internas e externas, como as sanções aplicadas por governos estrangeiros a magistrados do STF.
Com sua permanência confirmada, Barroso sinaliza não apenas estabilidade institucional, mas também uma continuidade de pautas democráticas na Corte. Seu discurso coeso reafirma que o Judiciário brasileiro segue comprometido com liberdade, pluralismo e respeito à Constituição, mesmo em ambientes de polarização e crise democrática.