Atitude Popular

“Brasil é alvo da guerra preventiva dos Estados Unidos”, alerta Marcília Gama

Professora afirma que Lula desafia hegemonia norte-americana ao se aproximar do BRICS e defender soberania nacional na ONU

No programa Café com Democracia, da TV Atitude Popular, a professora doutora em História e especialista em Arquivologia Marcília Gama analisou a postura dos Estados Unidos diante do Brasil. Para ela, o país se tornou alvo da estratégia de guerra preventiva norte-americana, prática que há décadas molda o cenário internacional sob o pretexto de combate ao terrorismo.

Marcília destacou que o recente discurso de Donald Trump na ONU escancarou o caráter coercitivo da política externa norte-americana. Segundo ela, “não existe empatia quando um líder impõe bloqueios e ameaças. Essa retórica é usada para enfraquecer a soberania de países que não se alinham aos interesses de Washington”. A professora ressaltou que a fala de Trump, ao afirmar que o Brasil fracassará se não seguir os EUA, deve ser lida como uma pressão direta contra o governo Lula.

A hegemonia em crise

A historiadora lembrou que a lógica da guerra preventiva se consolidou após os atentados de 11 de setembro de 2001. A partir dali, os EUA assumiram para si o papel de polícia mundial, definindo quais nações representariam ameaças potenciais e autorizando-se a intervir sem aval de organismos multilaterais. “É a doutrina Bush refinada: os Estados Unidos se colocam como árbitros da ordem global, desprezando instituições como a ONU sempre que necessário”, explicou.

Ela apontou ainda que o modelo norte-americano enfrenta contradições profundas. “Há desemprego em alta, inflação, miséria crescente e uma dívida pública colossal. O império se fragiliza internamente, mas insiste em sustentar seu poderio militar e tecnológico como instrumento de dominação”, afirmou.

O papel do Brasil e do BRICS

Para Marcília, o Brasil ocupa posição estratégica nesse cenário por sua participação ativa no BRICS e pela liderança exercida pelo presidente Lula em fóruns internacionais. “Lula fala com autoridade porque viveu a fome e a miséria. Ele traz para o debate mundial uma pauta concreta, que é o combate à desigualdade. Isso contraria frontalmente os interesses de quem lucra com a guerra e com a exploração de povos”, avaliou.

A professora sublinhou que a aproximação entre Brasil e China, especialmente na área de minerais estratégicos e tecnologia, desperta temor em Washington. “A fusão entre a capacidade tecnológica chinesa e os recursos minerais brasileiros representa uma ameaça real à hegemonia dos Estados Unidos. Daí o esforço em desestabilizar nossa política e fomentar forças internas subservientes, como já vimos no passado”, disse.

A necessidade de vigilância

Ao encerrar sua participação, Marcília fez um alerta. “É preciso ter clareza de que os Estados Unidos não serão bonzinhos com o Brasil só porque houve um aperto de mãos na ONU. Há um projeto de dominação em curso, e cabe ao povo brasileiro apoiar um governo que defende soberania, multipolaridade e justiça social”, concluiu.


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