Da Redação
Em setembro, o Brasil teve superávit comercial surpreendente, resultado de exportações fortes e importações controladas. O desempenho gera otimismo para o setor externo e reforça a estabilidade da balança comercial.
Panorama do superávit comercial de setembro
Em setembro de 2025, o Brasil registrou um superávit comercial acima do projetado, com saldo positivo entre exportações e importações que superou estimativas de mercado. A balança comercial apresentou exportações robustas e importações mais moderadas, gerando um cenário favorável para o setor externo.
O resultado reforça o bom momento de alguns setores exportadores, bem como o controle da demanda interna por produtos importados. Também ajuda a sustentar expectativas positivas sobre o nível de reservas internacionais e o equilíbrio macroeconômico em meio a desafios globais.
Fatores que contribuíram para o desempenho
Exportações em destaque
- Produtos como commodities agrícolas (soja, milho, café) mantiveram alta demanda internacional, sustentando o fluxo de saída de mercadorias.
- Exportações de manufaturados e bens industriais também reagiram bem, puxadas por demanda externa consistente em mercados emergentes.
- Alguns contratos firmados previamente e pagamentos adiantados favoreceram o desempenho no mês.
Controle das importações
- A desvalorização cambial e o custo elevado de insumos importados ajudaram a frear a demanda por importações de bens de consumo.
- Políticas de revisão de tarifas e tributos sobre insumos importados podem ter desincentivado importações desnecessárias.
- Cadeias nacionais ganharam relevo para atender a parte da produção que costumava depender de insumos importados.
Câmbio, preço das commodities e ambiente externo
- O câmbio favorável beneficiou exportadores e inibiu importações caras.
- A alta nos preços internacionais de commodities agrícolas intensificou receitas em dólar para o Brasil.
- Diversificação de mercados e acordos comerciais recentes contribuíram para absorver volume exportado.
Implicações econômicas
- Fortalecimento das reservas internacionais: o superávit contribui para ingressos líquidos de divisas, reforçando o colchão cambial brasileiro.
- Melhora no saldo comercial de serviço e conta corrente: embora o superávit mercantil não garanta superávit global, ajuda a suavizar déficits em outras contas.
- Confiança do mercado externo: demonstra para investidores e credores que a economia brasileira tem margens para enfrentar choques externos.
- Espaço fiscal e cambial: melhora dos saldos externos dá fôlego para políticas macroeconômicas mais flexíveis, sem colapsar reservas.
Riscos e fragilidades
- A dependência de commodities torna o Brasil vulnerável a choques de preços internacionais e clima adverso.
- Alta volatilidade cambial e risco externo (juros internacionais, crises globais) podem inverter o quadro rapidamente.
- Pressões inflacionárias e desequilíbrios internos podem aumentar a demanda por importações e reduzir o superávit.
- Se a política externa ou comercial sofrer instabilidade, mercados compradores podem recuar.
Previsões para os próximos meses
Se o ritmo de exportações se mantiver e importações continuarem controladas, é provável que o superávit anual do Brasil feche em níveis superiores à meta projetada. No entanto, deverá haver atenção à:
- ajuste de cadeias produtivas para reduzir dependência de insumos importados
- diversificação de destinos de exportação
- políticas cambiais que preservem competitividade
- manutenção de investimento em infraestrutura logística que sustente exportações


