Da Redação
Em apenas nove meses, o Brasil já recebeu 7,1 milhões de turistas internacionais — número que supera o recorde anterior e ultrapassa meta anual — destacando o turismo como motor de renda, emprego e imagem global.
A marca inédita
De janeiro a setembro de 2025, o Brasil recebeu 7.099.237 turistas estrangeiros, segundo dados oficiais. Esse número representa um crescimento de 45% em relação ao mesmo período de 2024, e já ultrapassa o recorde anual anterior (6.773.619 visitantes), alcançado em todo o ano de 2024.
Setembro foi, também, o melhor mês da série histórica, com 570.934 chegadas internacionais — 28,2% mais que em setembro do ano passado. Com esses resultados, o país superou a meta anual prevista no Plano Nacional de Turismo 2024–2027, de 6,9 milhões de visitantes internacionais, com três meses de antecedência.
Fatores por trás do salto
1. Reconstrução da imagem internacional
O setor de turismo atribui grande parcela desse resultado às políticas de reposicionamento da imagem do Brasil no exterior. Campanhas de marketing internacional, participação em feiras e fortalecimento da diplomacia turística contribuíram para despertar interesse global.
2. Ampliação da conectividade aérea
A expansão de rotas internacionais, acordos de aviação e aumento de voos diretos facilitou o acesso de turistas, especialmente em regiões antes pouco conectadas. A integração entre estados e parcerias com companhias estrangeiras ampliou o leque de destinos acessíveis.
3. Diversificação de destinos e promoção regional
Além dos destinos consagrados (Rio, Amazônia, Nordeste), estados menos tradicionais investiram no turismo ecológico, cultural e de aventura. Essa diversificação ajudou a distribuir o fluxo turístico para além das rotas saturadas.
4. Ambiente global favorável
Com a retomada das viagens pós-pandemia e a redução de barreiras de deslocamento (visto, exigências sanitárias), o Brasil se beneficiou de um cenário propício para turismo internacional.
Impactos econômicos e sociais
- Geração de emprego e renda: o turismo movimenta cadeias produtivas — hotelaria, gastronomia, transporte, cultura, artesanato — especialmente em regiões que dependem fortemente do setor.
- Inclusão regional: ao promover destinos menores e integrar regiões remotas, o turismo potencializa desenvolvimento local.
- Dividendos fiscais e câmbio: a entrada de divisas internacionais fortalece balança comercial de serviços, gera receita para municípios e estados.
- Visibilidade global: elevado número de visitantes fortalece a imagem do Brasil como destino confiável e diversificado no contexto internacional.
Desafios e cuidados
- Sustentabilidade ambiental e social: o crescimento acelerado pode trazer pressão sobre ecossistemas frágeis e infraestrutura deficiente; é preciso balancear fluxo e preservação.
- Qualificação da oferta: é necessário elevar padrão de serviços, formação de mão de obra turística e estruturação de infraestrutura nos destinos emergentes.
- Gestão de fluxo e sobreturismo: destinos populares podem sofrer saturação — o fenômeno do “sobreturismo” exige regulação para evitar impactos negativos à qualidade de vida local.
- Segurança, logística e integração: é preciso investir em transporte, segurança e infraestrutura urbana para atender à demanda crescente.
- Sazonalidade e resiliência: diversificar atrativos ao longo do ano ajuda a evitar oscilações abruptas e manter empregos estáveis.


