Atitude Popular

Brasil rejeita pedido da ONU para subsidiar hospedagem na COP30 em Belém

Da Redação

O governo brasileiro negou proposta da ONU para que o país arque com subsídios de hospedagem para delegações estrangeiras na COP30 e, em vez disso, sugeriu que a própria organização libere mais recursos. A decisão acende debate sobre responsabilidade financeira e legitimação internacional.

Em reunião com representantes da ONU nesta sexta-feira, 22 de agosto de 2025, o governo brasileiro rejeitou uma proposta formal que exigia auxílio financeiro direto do Brasil para subsidiar hospedagem das delegações internacionais na COP30, marcada para novembro em Belém. A negociação gerou tensão, em meio à crise de acomodação e preços exorbitantes na capital paraense.

A proposta original da ONU previa que o Brasil pagasse cerca de US$ 100 por dia para países menos desenvolvidos, com outra faixa inferior para nações desenvolvidas. Contudo, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, reafirmou que o país já enfrenta custos significativos como sede do evento e que não dispõe de recursos públicos para arcar com novas subsídios — especialmente a favor de nações mais ricas que o Brasil.

Em contrapartida, o Brasil apoiou a sugestão de aumentar o valor de diária já pago pela ONU (US$ 144) e elevá-lo ao patamar praticado em outras cidades brasileiras, como São Paulo ou Rio de Janeiro, que giram em torno de US$ 250. A proposta inclui a criação de uma força-tarefa nacional, dedicada a negociar diretamente com setores hoteleiros locais — priorizando os países mais vulneráveis financeiramente, mas sem utilizar fundos públicos.

O debate ocorre em um cenário crítico: apenas cerca de 25% dos países ainda confirmaram hospedagem, enquanto os preços nas plataformas oficiais chegam a ultrapassar o valor de R$1 milhão por período. Alguns delegados chegaram a recomendar a mudança da capital-sede. Apesar disso, o governo manteve firme o compromisso com Belém, reafirmando sua capacidade logística e estruturante para receber o evento, com cerca de 53 mil leitos disponíveis, incluindo navios cruzeiros configurados como acomodações.