Da Redação
Chanceler chinês reafirma aliança com o Brasil para enfrentar sobretaxas de Trump, advoga respeito ao desenvolvimento e critica medidas que ferem as regras da OMC.
Nesta sexta-feira, 8 de agosto de 2025, o governo da China expressou forte apoio ao Brasil em meio ao crescente atrito comercial com os Estados Unidos. O chanceler Wang Yi, em conversa com Celso Amorim — assessor diplomático do presidente Lula — afirmou que Pequim está alinhada com o Brasil na defesa do direito ao desenvolvimento e na oposição às tarifas consideradas arbitrárias impostas por Washington, descritas como práticas de “bullying”.
O chanceler reforçou que o uso de tarifas como instrumento coercitivo vai contra os princípios da Carta das Nações Unidas e enfraquece os mecanismos da Organização Mundial do Comércio. Ao propor uma postura multilateralista e respeitosa, a China destaca um compromisso compartilhado com regras e justiça internacional.
Analistas situam esse posicionamento chinês dentro de um movimento mais amplo para consolidar sua influência na América Latina, oferecendo alternativas confiáveis ao modelo caracterizado pelo unilateralismo americano. O tema também foi abordado por lideranças regionais durante o Fórum China‑CELAC em maio, quando o presidente Xi Jinping acusou, de forma indireta, os EUA de praticarem “intimidação hegemônica”, afirmando que tais ações levariam ao autoisolamento.
O apoio de Pequim, além de simbólico, é estrategicamente importante porque amplia a base de diálogo diplomático do Brasil, tanto no plano comercial quanto no político. O relacionamento com o país asiático se dá em um momento em que o Brasil busca diversificação de parceiros e fortalecimento de seu protagonismo no Sul Global diante de tensões comerciais crescentes.