Da Redação
Após exercícios Sea-2025, Pequim e Moscou lançam patrulha marítima no Pacífico Ocidental para garantir segurança regional, enfrentar ameaças e dissuadir movimentos de pressão militar dos EUA e Japão.
Na quarta-feira, 6 de agosto de 2025, China e Rússia iniciaram uma patrulha marítima conjunta no Pacífico Ocidental, logo após a conclusão dos exercícios navais Sea-2025, que ocorreram nas águas próximas a Vladivostok. A manobra simboliza uma intensificação da parceria militar entre os dois países, em meio ao aumento das tensões geopolíticas na região da Ásia-Pacífico.
Durante cinco dias de exercícios, as marinhas dos dois países realizaram simulações de defesa aérea, guerra naval, operações conjuntas antissubmarino e defesa de ancoragem. Pela primeira vez, o tema oficial das operações foi “combater conjuntamente as ameaças à segurança no Pacífico Ocidental”, além da já tradicional “proteção das rotas marítimas estratégicas”.
Um dos destaques foi o envolvimento de submarinos reais e a estreia internacional do navio de resgate Xihu, da Marinha do Exército de Libertação Popular da China (ELP), que demonstrou capacidade de resgate submarino em profundidade. O sucesso do Xihu, que completou sua missão mais rápido do que o esperado, foi considerado um avanço técnico importante pela Marinha chinesa.
Especialistas militares chineses destacaram que a utilização de submarinos reais, com características de ruído sigilosas, reflete a confiança mútua crescente entre as duas forças navais. Wang Yunfei, especialista em assuntos militares, afirmou que a cooperação em exercícios que envolvem dados sensíveis reforça os laços estratégicos sino-russos e demonstra a capacidade das marinhas em conduzir operações integradas de alta complexidade.
Zhang Junshe, outro analista militar, afirmou que a patrulha conjunta não visa terceiros, mas representa uma resposta firme à militarização da região, liderada pelos EUA e Japão, que vêm realizando exercícios frequentes com foco em cerco e pressão a países como China e Rússia. Segundo Zhang, a mentalidade de Guerra Fria promovida por Washington e Tóquio sabota a paz e a estabilidade no Pacífico.
A patrulha sino-russa, portanto, é apresentada como um movimento defensivo, de dissuasão e proteção das rotas comerciais estratégicas, fundamentais para a segurança econômica dos dois países. A ação também foi simbolicamente conectada às celebrações dos 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, reforçando a narrativa antifascista que une China e Rússia frente ao que consideram um renascimento de políticas de agressão militar no cenário global.