Da Redação
Com alta expressiva nos embarques a Pequim, soja brasileira ajuda a compensar queda de vendas para os EUA e sustenta saldo positivo da balança comercial.
Em agosto de 2025, a China aumentou em 31% suas compras de soja proveniente do Brasil em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Esse crescimento foi fundamental para sustentar a balança comercial nacional em meio ao enfraquecimento das exportações para os Estados Unidos, que enfrentam tarifações elevadas impostas por Washington.
Dados também mostram que, em julho, a China importou cerca de 10,39 milhões de toneladas de soja brasileira, representando aproximadamente 89% do total das importações de soja chinesas naquele mês. Esse volume foi bem acima dos 9,12 milhões de toneladas registrados no mesmo período do ano anterior.
Essa tendência reflete uma mudança no comércio global de grãos, intensificada pelas disputas comerciais entre EUA e China, que têm levado compradores chineses a buscar fornecedores alternativos. Nesse cenário, o Brasil aparece como parceiro estratégico confiável. A alta na demanda do mercado chinês tem sido vista como um alívio para produtores brasileiros, que enfrentam custos elevados e incertezas de mercado.
Além disso, o agronegócio brasileiro se mantém como um dos pilares da pauta de exportações do país. No primeiro semestre de 2025, o setor agropecuário gerou cerca de US$ 82 bilhões em exportações, representando quase metade de todo o valor exportado pelo Brasil nesse período. Esse desempenho mostra como commodities como a soja continuam exercendo papel decisivo para o superávit da balança comercial.
Apesar disso, nem tudo está tranquilo: houve queda nas exportações de soja e demais produtos agropecuários em determinados recortes temporais ou regionais, o que pressiona partes da cadeia produtiva — especialmente pequenos produtores ou aqueles localizados longe dos grandes centros de escoamento. Há também risco de volatilidade cambial, oscilações nos preços internacionais e dependência de variáveis climáticas que podem afetar a qualidade e o volume da safra.
Em resumo, o aumento das vendas de soja para a China é um elemento-chave no cenário econômico brasileiro neste momento. Ele funciona como espécie de amortecedor frente a choques externos, mantendo o fluxo de receita de exportações, contribuindo para o superávit comercial e reforçando a importância do Brasil como fornecedor global de alimentos.