Da Redação
Trump ameaça impor tarifas a países que compram petróleo russo; porta-voz da China afirma que essas medidas não intimidarão Pequim, enquanto o mundo observa o risco de guerra comercial global.
A disputa tarifária ganha um novo capítulo: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou aplicar tarifas adicionais aos países que continuarem comprando petróleo da Rússia, citando especificamente Índia e China. Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores da China reagiu com frieza, afirmando que as ações de Pequim são legítimas, de acordo com seus interesses nacionais, e que não serão intimidadas por sanções unilaterais.
O anúncio de Trump ocorre em meio à maior escalada na política tarifária de sua segunda gestão — incluindo a imposição de tarifas de até 50% sobre diversos produtos indianos por apoio indireto ao Kremlin, e a cobrança de “reciprocidade” que elevou a taxa média de importação da China para níveis recordes, alcançando cerca de 18% a 27%. No caso dos semicondutores, a Casa Branca chegou a anunciar tarifas de até 100%, embora tenha permitido isenções para empresas como Apple, que investem nos EUA.
Especialistas alertam que essa abordagem agressiva está criando instabilidade nos mercados globais e elevando o risco de um conflito comercial semelhante ao enfrentado com a China no início da pandemia. Apesar da retórica dura, os mercados de tecnologia reagiram positivamente à notícia de isenções para fabricantes com produção nos EUA, como TSMC e Samsung — uma trégua relativa que eleva dúvidas sobre a consistência da estratégia de Trump.
Analistas também observam que essas medidas representam uma mudança na diplomacia americana: tarifas não são mais apenas instrumentos econômicos, mas também armas políticas direcionadas a influenciar comportamentos geopolíticos — como ocorreu com Israel, Índia e o Brasil, além do foco em conter a dependência chinesa de semicondutores sensíveis. A resposta de Pequim, ao qualificar seus laços com Moscou como legítimos, mostra que, por ora, a escalada não surte o efeito esperado de intimidação.