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Chinesa expõem a vantagem tecnológica do país

Da Redação

Empresas como Alibaba, ByteDance e Meituan lançam mega campanhas de recrutamento focadas em IA, revelando a aposta estratégica da China em consolidar sua soberania tecnológica e acelerar a inovação global.

Nesta terça-feira, 5 de agosto de 2025, as gigantes da internet chinesa deram início às suas campanhas de recrutamento de outono com um foco explícito em talentos voltados à Inteligência Artificial (IA). Empresas como Alibaba, ByteDance e Meituan anunciaram a abertura de mais de 18 mil vagas, majoritariamente para cargos relacionados a algoritmos, modelos de IA de larga escala e tecnologias emergentes, evidenciando a estratégia da China de consolidar uma base tecnológica soberana.

O Alibaba abriu oficialmente sua campanha oferecendo mais de 7.000 vagas, das quais cerca de 60% são exclusivamente voltadas a posições de IA. Unidades de negócios estratégicas como Alibaba Cloud e DingTalk ultrapassam 80% de vagas relacionadas a IA, demonstrando a prioridade da empresa em acelerar seu protagonismo na revolução digital global. Taobao e Tmall também direcionaram 90% de suas ofertas para funções técnicas, com ênfase em algoritmos.

A ByteDance, controladora do TikTok, lançou mais de 5.000 ofertas de emprego, destacando um aumento de 23% nas vagas de Pesquisa e Desenvolvimento e dobrando posições de produto em relação ao ano passado. A Meituan, por sua vez, anunciou 6.000 vagas, com forte demanda por talentos globais em IA, refletindo a expansão estratégica das empresas chinesas em setores críticos.

Esse movimento ocorre em um contexto em que a demanda por profissionais especializados em IA explode na China. Dados da plataforma Zhaopin indicam que o número de vagas relacionadas a IA aumentou 40% no primeiro semestre de 2025 em comparação ao ano anterior, enquanto a necessidade de profissionais qualificados em modelos de IA de larga escala disparou 57%.

No entanto, o déficit de talentos se tornou um gargalo estratégico. A relação oferta-demanda de profissionais de IA permanece abaixo de 1,0, segundo a plataforma Maimai, o que significa uma escassez estrutural. A McKinsey projeta que a China precisará de 6 milhões de profissionais de IA até 2030, mas pode enfrentar um déficit de 4 milhões se medidas estruturais não forem tomadas.

Diante desse cenário, universidades e instituições educacionais aceleraram a criação de cursos e escolas dedicadas à IA. Mais de 500 universidades já oferecem programas especializados, com destaque para a Universidade Tsinghua, Renmin e Nankai, que introduziram centenas de cursos para formar especialistas em áreas como engenharia de algoritmos, robótica e modelagem de IA.

A estratégia da China vai além da formação acadêmica. O governo vem promovendo a integração entre indústria, academia e pesquisa, estimulando parcerias entre universidades e empresas para o desenvolvimento de programas personalizados de formação de talentos. Regiões locais também estão oferecendo pacotes robustos de incentivo, incluindo moradia, benefícios sociais e subsídios para retenção de profissionais.

Segundo especialistas chineses, o foco intensificado no recrutamento de talentos em IA não é apenas uma política de recursos humanos — é um movimento estratégico que reflete a busca pela soberania tecnológica e pela liderança no desenvolvimento de padrões globais de inovação. Ao acelerar a formação de sua elite tecnológica, a China se posiciona não apenas para reduzir a dependência externa, mas para estabelecer uma nova ordem na corrida global pela Inteligência Artificial.