Da Redação
Filhos de Bolsonaro articulam de forma coordenada ataques e críticas para enfraquecer o avanço de Tarcísio de Freitas como possível candidato presidencial de 2026, mantendo o controle político da família.
Na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto de 2025, ganha força no ambiente político a percepção de uma verdadeira sabotagem articulada pelo clã Bolsonaro — liderado pelos filhos Flávio, Eduardo e Carlos — contra a crescente candidatura presidencial do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Eles se posicionam estrategicamente para garantir que a sucessão política permaneça dentro da família, enfraquecendo o perfil emergente do aliado da direita.
O senador Flávio Bolsonaro reforçou o argumento de que antecipar a corrida à Presidência é arriscado e contraproducente. “A eleição será daqui a um ano e meio. Desconheço algum candidato à Presidência que tenha obtido sucesso ao antecipar tanto assim a disputa. Normalmente, ninguém aguenta tanto tempo de fritura e acaba se queimando”, declarou, numa clara intenção de censurar o protagonismo precoce de Tarcísio.
Já o deputado Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside nos Estados Unidos, criticou com veemência os setores da direita que pressionam por um nome sucessor. Em suas redes sociais, acusou que a pressa em se consolidar um nome teria o intuito de “forçar Bolsonaro a tomar uma decisão da qual não possa mais voltar atrás”. Ele também sugeriu que, caso Tarcísio seja convidado a se filiar ao PL, pode buscar outra legenda e até concorrer à Presidência por conta própria.
Carlos Bolsonaro, por sua vez, assumiu postura ainda mais agressiva. Ele criticou governadores de direita por “fingirem normalidade” diante do julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal, e defendeu explicitamente que a prioridade deveria ser a candidatura de Eduardo, em detrimento da de Tarcísio. Em um tom duro, afirmou haver “completa falta de humanidade” naqueles que esquecem quem os “possibilitou alçar voos”, claro recado a quem teria se beneficiado politicamente da família Bolsonaro.
O cenário gerou impacto direto no PL (Partido Liberal). Após uma ofensiva pública de Valdemar Costa Neto, presidente do partido, para atrair Tarcísio, houve recuo imediato. Valdemar passou a afirmar que o candidato do PL em 2026 seria Jair Bolsonaro – ou quem ele, e somente ele, escolhesse. A mudança de tom foi interpretada como uma tentativa de apaziguar Eduardo e os demais filhos, de quem o movimento teria respaldo.