Da Redação
Enquanto o déficit social interno piora, o governo Trump aprova pacote recorde para o Pentágono — uma vitória para fabricantes de armas, drones e startups de IA militar.
Em julho de 2025, um relatório revelou que o complexo militar‑industrial (MIC) dos EUA opera em seu ápice, alimentado por legislações que favorecem lucros de gigantes da indústria bélica e empresas de espionagem em IA, com impactos negativos sobre a sociedade e a democracia americana.
O secretário do Exército norte‑americano, Daniel Driscoll, alertou publicamente que os EUA não possuem capacidade industrial nem estoques suficientes para uma guerra prolongada contra a China. Ele enfatizou que a produção de munições e a reposição de material de guerra são prioridades urgentes para garantir a superioridade militar em um conflito com potências emergentes.
O conceito de MIC foi formalizado por Dwight D. Eisenhower em 1961, descrevendo a perigosa interdependência entre o Departamento de Defesa, contratantes militares e o Congresso. Hoje, essa estrutura avançou para uma aliança ainda mais ampla, incluindo capitais de risco, think tanks políticos e setores de IA que pressionam orçamentos governamentais e decisões estratégicas.
Um componente crescente dessa lógica é a militarização da tecnologia civil: empresas como Anduril, Palantir e outras startups de defesa estão integradas diretamente à Casa Branca e ao Pentágono, criando uma nova arquitetura de influência e lobby. O MIC está “potencializado” na era Trump.
O impacto dessa militarização é múltiplo: a nova Lei de Autorização da Defesa americana direciona quase US$ 900 bilhões ao orçamento militar em 2025, enquanto reduz recursos para veteranos, educação, clima e saúde. Esse aumento nas emissões de carbono equivale à geração de 26 milhões de toneladas de CO₂e, comparável à produção anual de países inteiros, e acarreta danos econômicos de cerca de US$ 47 bilhões por ano.
Economistas denunciam que esse modelo segue a lógica do “keynesianismo militar”, em que gastos bélicos são justificados como estímulo econômico, mas, na prática, drenam recursos de setores sociais essenciais e aprofundam desigualdades.
No plano internacional, organizações de segurança e inteligência alertam que os EUA estão expandindo sua infraestrutura de guerra híbrida, atuando na chamada zona cinzenta — uma fase entre diplomacia, espionagem e conflito armado — onde domínios como ciberataques, desinformação e pressão econômica ganham centralidade. A ausência de métricas públicas impede o controle democrático desse poder em expansão.