Da Redação
O principal assessor econômico da Casa Branca, Peter Navarro, criticou duramente a Índia, chamando seu governo de “arrogante” por se recusar a cessar a compra de petróleo da Rússia, elevando ainda mais as tensões com os Estados Unidos.
Em meio a tensões comerciais crescentes, o conselheiro comercial da Casa Branca, Peter Navarro, lançou uma crítica contundente à postura indiana nas negociações com os Estados Unidos. Em entrevista à Bloomberg, Navarro chamou o comportamento de Nova Déli de “arrogante” por manter suas compras de petróleo russo, mesmo diante das pressões americanas.
Navarro questionou a recusa da Índia em ceder às exigências dos EUA, dizendo que os indianos afirmam: “é nossa soberania, podemos comprar petróleo de quem quisermos”. Ele enfatizou que essa postura era problemática, considerando que a Índia é a maior democracia do mundo, e concluiu: “ajam como uma”.
Além disso, Navarro disse que o conflito na Ucrânia, resultante da invasão russa, é em parte “a guerra de Modi”, insinuando que as compras indianas estariam financiando militarmente o Kremlin. Segundo ele, isso sobrecarrega os contribuintes americanos, já que Estados Unidos e Europa acabam sendo solicitados a financiar a resistência ucraniana.
Essa retórica agressiva segue à decisão do governo Trump de dobrar tarifas sobre importações indianas, elevando-as a 50%, em resposta à recusa de Nova Déli em cortar vínculos energéticos com Moscou. Essas medidas têm impacto direto em setores como têxtil e joias e acentuam o desgaste diplomático entre os países.
Em resposta às críticas, o governo indiano defendeu que suas decisões em matéria de energia são determinadas pelo mercado e pela necessidade de garantir a segurança energética de seus 1,4 bilhão de cidadãos. O ministro das Relações Exteriores destacou que essas escolhas são legítimas e orientadas pelo interesse nacional, ressaltando que outros países, incluindo os próprios EUA e a Europa, também compram petróleo indiano sem críticas.
Em síntese, Navarro intensifica a pressão, usando linguagem forte e pessoal para forçar uma virada na política indiana — e a Índia, por sua vez, reafirma sua estratégia de autonomia, mesmo que isso represente um endurecimento das tarifas e uma deterioração nas relações bilaterais.