Da Redação
Ativistas e analistas expõem bloqueio e crimes de guerra de Israel, apontando omissão internacional e cobrando ações concretas do Brasil
Em uma transmissão ao vivo do Barão de Itararé, retransmitida também pela TVT News, TV Vermelha, FNDC, Pão com Ovo, TV Atitude Popular, Vi o Mundo e, futuramente, pela TV GGN, vozes corajosas se reuniram para discutir a grave situação em Gaza e a missão da Flotilha da Liberdade. O encontro, realizado nesta semana e relatado pelo Barão de Itararé, jogou luz sobre o cerco israelense, classificado pelos participantes como genocida e parte de uma estratégia de limpeza étnica e colonial.
Desde 7 de outubro de 2023, Gaza vem sofrendo ataques incessantes de Israel, que, segundo dados apresentados na live, já resultaram em dezenas de milhares de mortos, a maioria mulheres e crianças, e deixaram outros milhares desaparecidos sob os escombros. Thiago Ávila, ativista brasileiro que integrou a última missão da Flotilha da Liberdade, descreveu as sucessivas tentativas de furar o bloqueio marítimo e entregar ajuda humanitária. Ele foi sequestrado junto aos companheiros de embarcação pelo governo israelense e detido em condições duríssimas, mas destacou a importância do gesto: “Qualquer povo que sofre genocídio demanda nossa solidariedade internacionalista”, afirmou.
A jornalista palestino-brasileira Soraia Misleh, referência na denúncia das violações contra o povo palestino, classificou os ataques como parte de um projeto de “solução final” e alertou para os números cada vez mais alarmantes: “Há 377 mil desaparecidos em Gaza, metade deles crianças”, relatou, citando levantamento recente de pesquisadores israelenses e da Harvard DataServe. Soraia também reforçou que “resistência é existência” e criticou duramente a cumplicidade de governos ocidentais e a inação do Brasil, que até agora não rompeu relações diplomáticas com Israel.
Já a analista internacional Ana Prestes reforçou o caráter de divisor de águas do momento histórico vivido na Palestina e condenou o apoio incondicional dos Estados Unidos ao governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu. Para ela, “o sul global precisa agir de forma mais firme” e o Brasil tem papel estratégico nessa articulação, inclusive por sediar eventos internacionais relevantes nos próximos meses, como a presidência do Mercosul e a COP30.
Durante a live, destacou-se ainda o papel das redes de solidariedade popular, das mídias independentes e de atos massivos no Brasil e no mundo, como forma de furar o bloqueio midiático e dar visibilidade às vozes palestinas. Soraia, emocionada, lembrou que a Palestina virou um verdadeiro laboratório de armas e tecnologias de repressão: “O sangue derramado lá serve para promover o genocídio aqui nas periferias brasileiras, com as mesmas armas israelenses compradas por nossas polícias”.
A transmissão do Barão de Itararé também serviu de espaço para convocar a sociedade a não se calar. Thiago Ávila concluiu pedindo apoio à resistência palestina e às iniciativas que pressionam governos e empresas a romperem com o regime israelense: “Não basta falar, é preciso agir, apoiar, boicotar, desinvestir e sancionar. É o mínimo diante de tanto horror”.
Os convidados convergiram na necessidade de fortalecer campanhas como o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções), pressionar parlamentares e governantes a romper acordos militares e comerciais com Israel, e seguir mobilizando as ruas. Para quem não pôde assistir, a íntegra da live está disponível no canal do YouTube do Barão de Itararé (link), com depoimentos impactantes que ajudam a compreender a dimensão de uma tragédia humanitária que não pode mais ser ignorada.
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