Atitude Popular

Crescimento de Lula em pesquisas eleitorais

Da Redação

Novos levantamentos mostram que aprovação do presidente supera a desaprovação pela primeira vez em 2025

As últimas pesquisas de opinião divulgadas ao final de julho e início de agosto de 2025 indicam uma mudança significativa na percepção pública sobre o governo federal. Pela primeira vez no ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu seu índice de aprovação superar o de desaprovação, marcando uma virada simbólica após meses de desgaste. Os resultados apontam para uma consolidação de sua popularidade e uma recuperação de terreno em cenários eleitorais, impulsionada por fatores que vão além da comunicação e tocam diretamente nas condições materiais de vida da população.

Uma pesquisa recente da AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, mostrou que 50,2% dos brasileiros aprovam a atual gestão, enquanto 49,7% a desaprovam. Essa inversão, mesmo que por uma margem estreita, é considerada um marco para o governo. Outros institutos, como a Genial/Quaest, também apontaram para uma tendência de melhora, com a desaprovação caindo de 57% para 53% e a aprovação subindo de 40% para 43% em seus levantamentos mais recentes. Esses números são um reflexo direto do impacto de políticas públicas e de ações governamentais que começam a reverberar na sociedade, principalmente nas camadas populares.

A análise dos dados revela que o crescimento da aprovação não é homogêneo, mas segue um padrão socioeconômico e regional claro. O apoio ao presidente é mais forte entre mulheres, idosos e moradores do Nordeste, bem como entre a população com renda familiar mais alta. Por outro lado, a desaprovação persiste com mais força entre homens, jovens e em regiões como o Norte e o Centro-Oeste. Essa polarização geográfica e demográfica reflete as diferentes realidades e os desafios específicos enfrentados por cada setor da sociedade, demonstrando que o governo precisa de estratégias direcionadas para consolidar o apoio em todas as frentes.

Os analistas apontam para uma série de fatores que explicam essa recuperação. O principal deles é a percepção de uma melhora, ainda que tímida, na situação econômica do país. Embora a inflação continue sendo um desafio, principalmente no preço dos alimentos, programas sociais expandidos e a retomada de obras de infraestrutura geram um sentimento de progresso e esperança. A sanção da Lei Orçamentária de 2025, com alocações significativas para o Bolsa Família, saúde e educação, é um exemplo de como o governo está buscando endereçar as necessidades imediatas da população. A política de reajuste do salário mínimo, que beneficia milhões de trabalhadores e aposentados, também é um fator crucial para a melhoria da qualidade de vida e, consequentemente, da aprovação do governo.

Além da economia interna, a política externa também parece contribuir para a melhora dos índices. A postura do governo em questões internacionais, como a resposta a tarifas impostas por outros países e a defesa de uma maior soberania nacional, ressoa com uma parte da população que valoriza a autonomia do país no cenário global. Essa atuação diplomática, que busca posicionar o Brasil como um ator relevante em um mundo multipolar, reforça a imagem do governo como um defensor dos interesses nacionais e da soberania, o que contribui para a elevação de sua popularidade.

A recuperação nas pesquisas, no entanto, não significa que o caminho seja fácil. O governo ainda enfrenta grandes desafios, como a necessidade de resolver a crise na segurança pública e combater a corrupção, temas onde a aprovação ainda é baixa. A consolidação da imagem e a transformação dos números das pesquisas em apoio político duradouro dependerão da capacidade do governo de continuar respondendo de forma concreta às demandas da população. O crescimento atual, portanto, não é um ponto final, mas um passo em um processo contínuo de luta política e social, onde a popularidade do governo está intrinsecamente ligada à sua capacidade de resolver as contradições do desenvolvimento capitalista e de melhorar as condições de vida das massas.