Da Redação
Representante israelense na UE critica foco excessivo da Europa em human rights, alertando que isso enfraquece sua influência e até beneficia grupos terroristas.
Haim Regev, embaixador de Israel junto à União Europeia, declarou que o bloco tem demonstrado uma “obsessão” com os direitos humanos, especialmente em relação às ações de Israel em Gaza. Ele afirmou que punir o país, mesmo após o conflito em curso, será contraproducente — beneficiando terroristas e diminuindo a influência europeia no Oriente Médio. Regev destacou que, apesar da queda no apoio público a Israel, muitos Estados-membros ainda evitam medidas severas contra o país, mantendo acordos estratégicos em setores como pesquisa e comércio tecnológico.
O diplomata elogiou o alinhamento com a UE em áreas como democracia, direitos civis e ausência de problemas migratórios, afirmando que Israel representa um modelo ideal de parceria na região. Ele advertiu que medidas como suspensão de programas de pesquisa e sanções comerciais podem destruir décadas de confiança construída com a União.
Enquanto isso, entidades europeias têm acumulado críticas crescentes à atuação israelense em Gaza. O Conselho da Europa, por exemplo, exigiu que seus 46 Estados-membros suspendam o envio de armas — uma medida adotada por países como Alemanha, por temer violação de normas humanitárias. Além disso, um relatório da própria Comissão Europeia sinalizou que Israel pode ter violado obrigações de direitos humanos no âmbito do Acordo de Associação, abrindo caminho para possível suspensão de partes do pacto.
Especialistas e ativistas europeus condenam a retórica de Regev, considerando-a uma tentativa de intimidar o bloco e desviar atenção das violações documentadas. Declararam que a retórica israelense corre o risco de reforçar a percepção de conivência europeia com abusos, especialmente diante da deterioração humanitária em Gaza.