Atitude Popular

Emir Sader: “não há saída para a direita, Lula está mais perto da reeleição”

Sociólogo afirma que condenação de Bolsonaro é inevitável e que a esquerda precisa focar em eleger um Congresso menos hostil em 2026

No programa Café com Democracia, transmitido pela TV Atitude Popular, o sociólogo Emir Sader, professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), avaliou os desdobramentos do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e o cenário político para as próximas eleições. Autor de obras como Estado e política em Marx, Sader destacou que a condenação do ex-presidente é praticamente certa e que o campo progressista deve se preparar para consolidar vitórias em 2026.

Segundo ele, a pressão internacional, especialmente vinda dos Estados Unidos, não terá força para reverter a situação jurídica de Bolsonaro. “A condenação está configurada. Falta apenas o terceiro voto para formalizar a decisão, e nada indica instabilidade ou mobilização que possa impedir esse resultado”, afirmou. Sobre a declaração da porta-voz da Casa Branca, que insinuou a possibilidade de ação militar em defesa da liberdade de expressão, Sader foi taxativo: “É uma fala estrambelhada, sem viabilidade. O que vemos é o imperialismo do século 21 tentando defender seus aliados, e Bolsonaro está numa situação dramática”.

O sociólogo também apontou que a tentativa de emplacar uma anistia para Bolsonaro não tem respaldo jurídico. “É inviável constitucionalmente. O Supremo já deixou claro que vetará qualquer proposta nesse sentido. O que resta à direita é criar perturbação e tentar mostrar força no Congresso”, explicou. Ele avaliou ainda que nomes como Tarcísio de Freitas, embora se apresentem como alternativas eleitorais, permanecem atrelados ao bolsonarismo e carregam a “pecha de organização criminosa” junto a esse setor político.

Para Emir Sader, a conjuntura eleitoral favorece Lula. “É mais provável do que nunca a sua reeleição, e isso é fundamental para impedir o retorno da direita ao governo. O desafio maior está em eleger um Congresso menos ruim do que o atual, que tem sido um dos piores da história”, avaliou. O professor defendeu que a esquerda mantenha sua estratégia, mas intensifique a disputa legislativa.

Questionado sobre a sucessão de Lula, Sader foi direto: “Está claro que Fernando Haddad é o sucessor natural. É uma decisão já tomada”. Ele ressaltou que a inelegibilidade de Bolsonaro deixa a direita sem alternativas competitivas a curto prazo e que qualquer candidatura associada ao ex-presidente enfrentará fortes restrições eleitorais.

Ao final, Emir Sader deixou um recado de confiança para os apoiadores do campo progressista: “A esquerda está bem encaminhada. O que definirá o futuro do governo Lula é o Congresso que conseguirmos eleger em 2026. É preciso mobilização social e pressão popular para que o presidente tenha condições de governar diante de um Legislativo menos hostil”.


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