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Empresas israelenses de spyware alimentam estado global de vigilância, indica reportagem

Da Redação

Em reportagem exclusiva, The Grayzone afirma que o uso de ferramentas como Pegasus não é exceção, mas parte de um ecossistema mais amplo de vigilância global impulsionado por empresas israelenses — um alerta para os regimes democráticos também.

Em 31 de julho de 2025, uma reportagem do site The Grayzone revelou que a notória ferramenta de espionagem Pegasus, desenvolvida pela empresa israelense NSO Group, é apenas a ponta do iceberg. O artigo — publicado originalmente pelo coletivo editorial ¡Do Not Panic!, vinculado ao The Grayzone — expôs a expansão de empresas de spyware israelenses que disponibilizam suas tecnologias para governos ocidentais que visam construir regimes praticamente perfeitos sob o véu da democracia.

Segundo a investigação, esses softwares de vigilância não se limitam à interceptação digital de dados, mas criam um ecossistema de controle e repressão sofisticado. Empresas como NSO Group, Candiru, Paragon Solutions e outras emergentes foram citadas como elementos centrais nessa rede de espionagem global.

Especialistas consultados durante a reportagem ressaltaram o potencial destrutivo dessas ferramentas, capazes de invadir smartphones sem que o usuário perceba — acessando câmeras, microfones, senhas, localização e aplicativos. A reportagem destaca que, apesar das promessas de uso restrito a investigações criminais, a aplicação dessa tecnologia em ativistas, jornalistas e opositores políticos tornou-se quase corriqueira em diversos países.

Ao mesmo tempo, há relatos sobre a cooperação próxima entre essas empresas e setores dos governos israelenses, conferindo às exportações de softwares espionagem um caráter estratégico e diplomático, especialmente em contextos de relações internacionais sensíveis.

A reportagem do The Grayzone funciona como um alerta pungente sobre a erosão da privacidade e da autonomia sob um cenário contemporâneo onde a vigilância camuflada por mecanismos institucionais legitima ações antidemocráticas. Ela enfatiza que o progresso tecnológico e a ausência de marcos regulatórios robustos colocam em risco liberdades fundamentais, inclusive em nações democráticas.