Da Redação
Edinho Silva, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), conclamou nesta quarta-feira (29 de outubro de 2025) a esquerda brasileira a abandonar a omissão frente ao tema da segurança pública, após a operação policial no Rio de Janeiro que deixou dezenas de mortos. Segundo ele, segurança é “direito do trabalhador” e será prioridade do partido daqui para frente.
Um chamado à autocrítica
O presidente nacional do PT, Edinho Silva, afirmou que a esquerda brasileira comete um erro histórico ao evitar o debate sobre segurança pública. Segundo ele, a omissão nesse campo abriu espaço para que a direita e a extrema-direita monopolizassem o discurso da “lei e da ordem”, transformando o medo e a violência em instrumentos políticos.
“Segurança é um direito do trabalhador. É um direito da mulher que sai cedo para trabalhar, do jovem que pega ônibus à noite, da mãe que teme perder o filho para o crime ou para uma bala perdida. É um tema que precisa ser abraçado pela esquerda, e não evitado”, declarou Edinho.
Ele ressaltou que o governo Lula vem enfrentando o crime organizado com inteligência e articulação federativa, mas reconheceu que o campo progressista precisa consolidar uma proposta de segurança pública que una direitos humanos e eficácia.
2. A chacina do Rio como ponto de inflexão
As declarações de Edinho Silva ocorreram em meio à repercussão da operação policial no Rio de Janeiro, que deixou mais de cem mortos e foi classificada por entidades de direitos humanos como uma das maiores chacinas da história do país.
O dirigente afirmou que o episódio escancara a falência do modelo de segurança baseado na militarização e na violência como resposta social.
“O que vimos no Rio é um retrato trágico de uma política de extermínio. O governador Cláudio Castro precisa explicar o que aconteceu. O Estado não pode ser agente do massacre”, disse Edinho.
Ele defendeu uma atuação nacional coordenada, com foco na inteligência policial, combate financeiro ao crime e controle das armas.
3. Um novo paradigma para a segurança pública
Edinho Silva anunciou que o PT realizará em dezembro um grande seminário nacional sobre segurança pública. O evento reunirá governadores, secretários estaduais, especialistas e representantes da sociedade civil para formular um plano progressista de segurança — que combine prevenção, inclusão social e eficiência policial.
Segundo ele, a segurança deve ser tratada como política pública de proteção ao cidadão, e não como instrumento de medo.
A meta é construir um programa que vá além das operações de confronto, apostando em educação, emprego, urbanização de favelas e controle das milícias.
“Precisamos de uma política de segurança cidadã, que proteja vidas, garanta oportunidades e desmonte o crime organizado pela via da inteligência, e não da chacina”, afirmou.
4. O fracasso da direita e a omissão progressista
Para Edinho, a direita brasileira transformou o tema da segurança em palco de populismo e violência. Governadores alinhados à extrema-direita apostaram em espetáculos de repressão, que não reduziram o crime, mas ampliaram o caos e a desconfiança social.
Ele também fez autocrítica: “A esquerda se acomodou. Falamos de saúde, educação e renda, mas esquecemos que o medo cotidiano é também uma forma de opressão. Quando o trabalhador vive acuado, ele não é livre.”
Segundo Edinho, é dever do campo progressista disputar o imaginário social sobre segurança, demonstrando que é possível proteger o cidadão sem criminalizar a pobreza e sem militarizar o Estado.
5. Segurança como política de dignidade
O dirigente encerrou sua fala com um chamado simbólico: “A esquerda precisa ir às periferias não apenas para falar de direitos, mas para garantir o direito mais básico: o de viver. A segurança não pode ser privatizada pela violência, ela é uma conquista civilizatória.”
Edinho Silva defendeu que o país construa uma nova política nacional de segurança — integrada, democrática e orientada pela justiça social.
Para ele, a resposta ao massacre do Rio de Janeiro não pode ser mais sangue, e sim reconstrução institucional e coragem política.
 
								 
								


 
															