Atitude Popular

EUA atrasam vistos e Brasil aciona ONU antes da Assembleia Geral

Da Redação

Delegação brasileira corre risco de ter ministros barrados em Nova York; ONU alerta para obrigação legal dos EUA.

A menos de uma semana para a abertura da Assembleia Geral da ONU, parte da comitiva do Brasil não recebeu ainda os vistos para ingressar nos Estados Unidos. Situação confirmada pelo Itamaraty intensifica tensão diplomática entre Brasília e Washington.

Entre os que aguardam autorização estão o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o da Justiça, Ricardo Lewandowski. O governo brasileiro afirma acreditar que os impedimentos serão regularizados a tempo da conferência, que começa no dia 23 de setembro, na sede das Nações Unidas, em Nova York.

Em resposta ao atraso, o Brasil enviou protesto formal à ONU, alegando descumprimento de compromissos internacionais. O porta-voz do secretário-geral da ONU classificou o caso como “preocupante”, lembrando que há acordo desde 1947 que obriga os Estados Unidos, como país-anfitrião, a garantir entrada a representantes oficiais de todas as delegações.

O diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, Marcelo Viegas, disse que alguns membros da comitiva já têm vistos válidos anteriores, mas que outros tiveram que solicitar novos, os quais estão em processo de análise pelas autoridades americanas. Ele afirmou que, se os vistos não forem emitidos, isso configura violação legal, o que poderia motivar iniciativa arbitral junto à ONU para responsabilização dos Estados Unidos.

A tensão aumentou com declaração de Donald Trump de que está “conversando com assessores” sobre restringir vistos para brasileiros, dizendo ainda que a situação no Brasil estaria “indo muito mal”. As autoridades brasileiras veem nessas falas mais um sinal de politização do processo.

A crise diplomática vem em momento sensível, pouco antes de uma assembleia global que reúne chefes de Estado de todo o mundo. O Brasil reforça que o direito internacional exige tratamento equitativo às delegações, e que atrasos ou impedimentos podem constituir afronta às normas que regem a diplomacia multilateral.