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EUA cancelam rodada de negociação com Índia enquanto aumentam tarifas

Da Redação

Rodada de negociações prevista para 25 de agosto em Nova Déli foi suspensa, adiando acordo bilateral, em meio à escalada das tarifas americanas contra produtos indianos.

O governo dos Estados Unidos anunciou o cancelamento de uma visita de negociadores comerciais programada para ocorrer em Nova Déli entre os dias 25 e 29 de agosto, destinada a avançar nas negociações de um acordo bilateral de comércio com a Índia. A medida repentina interrompeu a expectativa de alívio tarifário iminente e indicou uma deterioração na relação entre os dois países.

A decisão ocorre num contexto de forte tensão comercial: os EUA aplicaram uma tarifa adicional de 25% sobre produtos indianos, elevando a carga tributária total para 50% — um dos níveis mais altos impostos a qualquer parceiro comercial americano. Essa penalidade extra foi motivada pela crítica de Washington à continuidade das compras de petróleo russo pela Índia, que, segundo autoridades americanas, teriam financiado, ainda que indiretamente, os esforços de guerra da Rússia na Ucrânia.

A Índia, por sua vez, rebateu classificando as medidas como “injustas e desproporcionais”, enfatizando que outras economias ocidentais continuam comprando produtos russos. A suspensão das negociações inviabilizou o cronograma previsto para que o acordo comercial fosse finalizado ainda no outono (setembro–outubro), como havia sido planejado.

Especialistas atribuem o colapso das tratativas à falta de comunicação direta entre os líderes, cálculo equivocado por parte da Índia sobre seu poder de barganha e exigências americanas consideradas inaceitáveis, sobretudo em setores como agricultura, laticínios e energia.

Ao mesmo tempo, o conselheiro comercial da Casa Branca, Peter Navarro, reforçou que, para ser reconhecida como parceira estratégica dos EUA, a Índia precisa alinhar suas ações com as exigências de Washington, especialmente em relação à sua relação com Rússia e China.

Cenário atual

  • Tarifa total de 50% sobre produtos indianos em vigor
  • Relações comerciais em tensão, com negociações suspensas e cronograma indefinido
  • Disputa política e diplomática intensa, com reflexos em setores como exportações, segurança energética e alinhamento estratégico