Da RT
Operação coordenada destrói plataformas improvisadas, prende galamseyers e alerta para crise ambiental grave na região ocidental do país.
As autoridades de Gana lançaram uma ofensiva significativa contra a mineração ilegal de ouro — localmente conhecida como galamsey — ao longo do rio Ankobra, na Região Ocidental do país. Uma força-tarefa especial do governo, apoiada pelo Conselho de Segurança regional, pela Marinha e por patrulhas costeiras, conduziu batidas simultâneas em diversas localidades, destruindo barracotes improvisados, plataformas de dragagem, equipamentos ilegais e estruturas de mineração flutuantes.
A operação ocorreu em municípios como Nzema East, encontrando forte colaboração entre as comunidades locais e órgãos federais. Foram apreendidos motores, bombas d’água e painéis solares, entre outros apetrechos, enquanto dezenas de estruturas precárias usadas para extração foram demolidas.
O impacto econômico desse setor é grande para Gana: a mineração representa cerca de 5,7% do Produto Interno Bruto e quase 40% das receitas de câmbio. O ouro domina as exportações de minerais, compondo mais de 90% desse total. Apesar disso, a maior parte da produção de pequenas minas continua ocorrendo sem licenças — estimativas recentes apontam que entre 70% e 80% desses empreendimentos não têm autorização formal.
Ambientalistas alertam que o galamsey destrói rios, solos férteis e matas, compromete comunidades agrícolas e ameaça fontes de água potável. O uso desregulado de produtos químicos nocivos, como mercúrio, além da escavação desordenada, eleva os riscos de contaminação ambiental e de impactos de longo prazo para a saúde humana.
O governo de Gana, por sua vez, afirma tratar o problema como emergência ambiental. Desde janeiro, mais de mil pessoas foram presas em operações relacionadas à mineração ilegal. Autoridades declararam que continuarão com ações sucessivas contra galamsey, com ênfase na aplicação da lei, destruição de infraestruturas ilegais e mobilização de agências de fiscalização.