Da Redação
O novo programa social “Gás para Todos” será anunciado até setembro e deve alcançar 17 milhões de famílias — cerca de 50 milhões de pessoas — com botijão de gás gratuito, preço de referência regional e distribuição controlada por vouchers.
O governo federal prepara o lançamento do programa Gás para Todos até setembro de 2025, conforme alinhamento feito entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A ação é uma reformulação do atual Auxílio Gás, com foco social e práticas mais eficientes.
O alcance estimado do programa é coletivo: cerca de 17 milhões de famílias devem ser atendidas, o que corresponde a aproximadamente 50 milhões de pessoas em todo o país.
Diferentemente da versão anterior, que repassava dinheiro diretamente ao beneficiário — o que podia ser desviado —, o Gás para Todos adotará um modelo de voucher para retirada gratuita do botijão de GLP (gás liquefeito de petróleo), disponível apenas nas revendas credenciadas.
Para garantir transparência e controle, o governo definirá um Preço de Referência por estado, calculado com base em métricas como média ou mediana dos valores praticados. Esse preço será o parâmetro para que revendas recebam subsídio e que beneficiários retirem o botijão. Se o valor cobrado for inferior ao teto, a diferença retorna como crédito ao beneficiário — incentivando boas práticas comerciais e competição justa.
O público prioritário serão famílias cadastradas no CadÚnico, com renda per capita igual ou inferior a meio salário mínimo, especialmente aquelas incluídas no Bolsa Família. Cada família terá direito à gratuidade de um botijão a cada ciclo previsto pelo programa, mantendo mecanismos de sustentabilidade fiscal.
A medida visa reduzir a pobreza energética doméstica, aliviando orçamentos familiares e garantindo dignidade ao acesso ao item essencial. Também promove transparência nos preços regionais de comercialização e fortalece o papel dos revendedores autorizados.
4 – Contexto e impacto social
Anunciado já em fase final no Ministério de Minas e Energia, o programa integra uma política de enfrentamento à desigualdade. Em comparação com o Auxílio Gás tradicional, que cobre cerca de 5 milhões de famílias, o Gás para Todos representa um salto significativo.
Além disso, a novidade atende a demandas históricas por justiça social: num país onde o gás de cozinha encareceu acima da inflação, muitas famílias eram obrigadas a reduzir refeições ou recorrer a fontes de calor menos responsáveis.
Representa também um marco na transição das transferências em dinheiro para um modelo de subsídio dirigido ao consumo, evitando desvios e fortalecendo a governança pública.
