Da Redação
Gleisi Hoffmann rebate texto do jornal O Estado de S. Paulo, qualificando-o como uma “inversão grotesca da história” e afirma que responsabilizar Lula pela ascensão de Bolsonaro em 2018 ultrapassa os limites do bom senso — destacando avanços econômicos e diplomáticos do governo.
Em 16 de agosto de 2025, a ministra de Relações Institucionais e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), reagiu com veemência a um editorial publicado pelo jornal “O Estado de S. Paulo”, que atribuiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) responsabilidade pela ascensão de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Para Gleisi, a tese do periódico “ultrapassa todos os limites: da política, da história e até do bom senso”.
Nas redes sociais, a ministra acusou o Estadão de promover uma “inversão de fatos”, contestando diretamente o argumento de que Lula teria sido responsável pelo surgimento de Bolsonaro. Ela afirmou que a eleição de Bolsonaro foi favorecida pela “prisão ilegal de Lula”, quando este liderava as pesquisas, o que o impediu de disputar o pleito com base em um desempenho eleitoral consistente, contrariando a análise feita pelo jornal.
Gleisi ainda apresentou dados econômicos e históricos para rebater o editorial. Ela lembrou que o déficit primário caiu de 2,3% do PIB em 2023 para 0,01% em 2024 e ressaltou os superávits consecutivos nos dois primeiros mandatos de Lula. Também destacou a redução da dívida pública de 60% para 38% do PIB e o controle da inflação, que havia sido herdada em dois dígitos.
No plano internacional, Gleisi apontou que Lula foi convidado dez vezes às cúpulas do G7, liderou a criação do BRICS, fortaleceu o Mercosul e abriu cerca de 400 novos mercados para produtos brasileiros neste terceiro mandato. Ela recordou ainda que o país se tornou credor do FMI e acumulou reservas internacionais da ordem de US$ 300 bilhões.
Nas redes, a ministra reforçou que os editoriais do Estadão atacam Lula historicamente, mas responsabilizá-lo por Bolsonaro ultrapassa “todos os limites: da política, da história e até do bom senso”.
Gleisi também disse que o verdadeiro agente da “corrosão institucional” no Brasil foi Bolsonaro — a quem atribuiu a semeadura de ódio, o incentivo à violência política e tentativas de golpe de Estado — e não Lula.
Já o editorial do Estadão, sob o título “Tarcísio está certo”, ecoa falas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante um encontro do BTG Pactual com presidenciáveis da direita liberal: “o Brasil não aguenta mais o PT, o Brasil não aguenta mais o Lula”. O jornal endossou esse discurso, descrevendo o lulopetismo como “fiscalmente insustentável, economicamente estagnante, institucionalmente corrosivo e diplomaticamente anacrônico”.
Até o momento, o Estadão não respondeu publicamente às críticas de Gleisi.