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Governador do Tocantins é afastado por 6 meses após operação que investiga desvio de cestas básicas

Da Redação

O STJ determinou o afastamento de Wanderlei Barbosa do cargo de governador do Tocantins por 180 dias, durante segunda fase da Operação Fames-19 da Polícia Federal, que apura desvios de recursos públicos destinados à pandemia.

Nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento de seis meses do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), após a deflagração da segunda fase da Operação Fames-19, conduzida pela Polícia Federal.

A operação investiga um esquema de desvio que teria ocorrido entre 2020 e 2021, período da pandemia de Covid-19, envolvendo contratos para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados. A estimativa aponta que foram pagos mais de R$ 97 milhões, com prejuízo calculado em R$ 73 milhões aos cofres públicos. Parte dos recursos teria sido desviada para compra de gado, construção de imóveis de luxo e pagamento de despesas pessoais.

Mais de 200 agentes da PF cumprem 51 mandados de busca e apreensão nas principais estruturas do governo estadual e na Assembleia Legislativa, incluindo ações em Palmas e em cidades como Araguaína — além de desdobramentos no Distrito Federal, Maranhão e Paraíba.

Durante o afastamento, o vice-governador Laurez Moreira (PSD) assume interinamente o comando do Palácio Araguaia. A primeira-dama, Karynne Sotero, também foi afastada por seis meses da Secretaria Extraordinária de Participações Sociais.

Wanderlei Barbosa informou, em nota oficial, que recebeu a decisão com respeito às instituições, mas classificou a medida como precipitada, uma vez que as investigações ainda estão em curso. Ele reafirmou que, enquanto vice-governador, não exerceu função de ordenador de despesa nos contratos investigados, implantou auditorias internas por meio da Procuradoria-Geral e da Controladoria-Geral do Estado e acionará os meios jurídicos cabíveis para reassumir o cargo.