Da Redação
O Ministério da Fazenda instaurou 35 processos sancionadores contra operadoras de apostas que ofereceram jogos e publicidade durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior, reforçando a proibição legal contra apostas em competições de base e visando proteger adolescentes de riscos associados ao vício.
O governo federal, por meio do Ministério da Fazenda, abriu 35 processos administrativos contra casas de apostas que violaram a legislação ao oferecer apostas durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior—popularmente conhecida como Copinha. Esse torneio sub-20, tradicional em revelar novos talentos do futebol brasileiro, recebeu proibição expressa na regra brasileira, que veta apostas em competições de base e afasta casas de apostas de patrocinarem, anunciarem ou transmitirem o evento.
Segundo o secretário de Prêmios e Apostas da Fazenda, Regis Dudena, as empresas investigadas tiveram oportunidade de apresentar defesa, mas, uma vez comprovado o descumprimento da norma, os procedimentos sancionadores foram instaurados. A primeira fase envolve um pedido de esclarecimentos internos. Se as respostas não forem satisfatórias, o processo segue para uma análise administrativa, que pode resultar em penalidades cabíveis. O Ministério ressaltou que os nomes das companhias só serão revelados após o fim do processo e de eventuais recursos.
No ano passado, ditou-se uma nota técnica proibindo explicitamente apostas, patrocínios de casas de apostas em uniformes, publicidade em estádios e inserções virtuais durante as transmissões do torneio. A justificativa aponta para os riscos de vincular jovens menores de idade a um mercado de jogos, com potencial de promover compulsão, endividamento, prejuízos emocionais e comprometimento do rendimento escolar.
O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) identificou dezenas de propagandas irregulares durante o campeonato, incluindo exposições em placas de campo e inserções digitais — muitas delas exibidas justamente em momentos em que crianças estavam em destaque no evento. O caso reacendeu o debate sobre prevenção, proteção à infância e regulação do marketing esportivo.