Da Redação
Ministra Gleisi Hoffmann afirma que anistia para envolvidos nos atos de 8 de janeiro é imoral e inconstitucional; governo articula derrubar pedido de urgência no Congresso.
A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, declarou nesta segunda-feira, 15 de setembro de 2025, que o governo federal atuará para impedir que o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro seja votado em regime de urgência na Câmara dos Deputados. Segundo ela, além de imoral, a anistia seria inconstitucional.
A declaração surge depois que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), informou aos líderes partidários que pretende pautar o tema da anistia. Motta comunicou a intenção ao Palácio do Planalto e ao presidente Lula, numa reunião em almoço institucional, onde o chefe do Executivo reafirmou sua oposição à concessão de anistia aos envolvidos nos atos golpistas.
Gleisi criticou ainda que, apesar de o julgamento no STF ainda não ter transitado em julgado, já haja pressões políticas para acelerar a aprovação da anistia. Ela afirmou que o governo vai se posicionar contra o regime de urgência e buscar formas de derrubar esse pedido, atuando nos bastidores do Congresso para barrar a pauta.
A postura do governo reflete tensões crescentes no cenário político: por um lado, opositores como deputados bolsonaristas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outros líderes, pressionam pelo avanço rápido da anistia; por outro, o Planalto enfatiza princípios constitucionais, responsabilidade institucional e o risco de precedentes jurídicos graves.
