Atitude Popular

Guerra Total: PT Reage com IA e Escancara Racha com Congresso

Da redação

Brasília — A mais recente batalha entre o governo Lula e o Congresso Nacional deixou de ser apenas uma disputa política tradicional e ganhou contornos de uma guerra aberta, travada em múltiplas frentes: jurídica, legislativa e, sobretudo, digital. Após a derrubada, pelo Congresso, do decreto que elevava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o governo não apenas recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para restabelecer a medida, como também desencadeou uma estratégia inédita de contra-ataque narrativo utilizando inteligência artificial para estruturar conteúdos altamente persuasivos que circulam em massa nas redes sociais.

Em vídeos produzidos e impulsionados a partir de bases do PT e de grupos alinhados ao Planalto, avatares realistas treinados por IA reproduzem falas com alta precisão de linguagem e tons de indignação contra o Congresso, acusando deputados de sabotar a arrecadação pública e de conspirar para fragilizar as políticas sociais do governo. As peças, distribuídas via WhatsApp, Telegram e TikTok, seguem roteiros claros de guerra de informação: exibir rostos confiáveis, repetir palavras de ordem e simplificar a disputa para conquistar o apoio do eleitor médio — um processo que lembra, com ironia histórica, as mesmas técnicas que a direita bolsonarista usou de modo massivo nos últimos ciclos eleitorais.

Em termos formais, o governo alega que a derrubada do aumento do IOF foi uma afronta ao equilíbrio federativo e uma violação de competência do Executivo, pois a legislação atribui ao presidente o poder de ajustar tributos extraordinários para manter políticas fiscais emergenciais. Já a maioria do Congresso, em especial líderes do centrão, defende que o aumento foi “excessivo e lesivo ao contribuinte”, apontando risco de travar a atividade econômica.

A Advocacia-Geral da União (AGU), movendo rapidamente uma Ação Declaratória de Constitucionalidade no STF, sinalizou que não aceitará o revés, pressionando a Suprema Corte a validar a autonomia do governo. O cenário, portanto, ultrapassa o aspecto técnico-tributário e se transforma numa batalha frontal de poder.

No submundo da comunicação digital, o PT avança com fôlego técnico surpreendente. Equipes de marketing político do partido teriam contratado especialistas em IA generativa e machine learning para produzir vídeos sintéticos que simulam apoiadores de diferentes regiões do Brasil — usando sotaques, expressões populares e até referências culturais locais — com o objetivo de pulverizar a mensagem do Planalto e minar a narrativa congressual. O resultado são milhões de compartilhamentos orgânicos que, segundo especialistas em redes, conseguem driblar filtros de moderação e contornar os limites impostos pela recém-endurecida regulação do STF para remoção de conteúdo.

Circulam ao menos 320 variações desses vídeos em grupos de WhatsApp monitorados por pesquisadores, o que aponta para uma campanha altamente coordenada, calcada em princípios de guerra psicológica de saturação (flooding tactics), semelhantes aos modelos de propaganda política de Israel e da China, mas adaptados ao contexto democrático.

O Congresso, por sua vez, tenta responder com discursos de plenário, notas oficiais e entrevistas de caciques partidários, mas encontra dificuldade de competir na velocidade e na personalização oferecidas pelos conteúdos em IA. O poder do conteúdo sintético está rompendo a espinha dorsal da velha comunicação política parlamentar.”.

O embate ainda se agrava porque, ao mesmo tempo, o Supremo Tribunal Federal decidiu que plataformas podem ser responsabilizadas por conteúdos de usuários, inclusive obrigando remoção de discursos de ódio e antidemocráticos sem ordem judicial prévia. Isso coloca as redes sociais no centro da arena, pressionadas a remover excessos, mas também a não cometer censura prévia. A tensão é tão aguda que grandes empresas de tecnologia como Meta, Google e TikTok vêm realizando reuniões emergenciais com seus escritórios jurídicos para entender os limites da decisão.

Para críticos, o PT estaria usando a brecha aberta pela regulação — que visa conter discurso de ódio — para blindar sua ofensiva narrativa, pois os vídeos em IA não extrapolam tecnicamente a legalidade, apesar de inflamarem a polarização. “É uma nova forma de hegemonia discursiva que o governo está tentando impor”, resume o jurista e professor Conrado de Sá, da UERJ.

Seja nos tribunais, no Congresso ou nas telas de celulares, o fato é que a guerra está declarada — e aberta. O governo luta para garantir recursos e autonomia decisória; o Congresso, para frear aumentos que considera impopulares; e o Judiciário, para arbitrar o conflito e ao mesmo tempo tentar conter abusos informacionais.

Em meio a isso, a opinião pública é bombardeada por vídeos gerados por IA que, emulando a retórica de líderes sindicais e movimentos sociais, falam de dignidade, fome e emprego com uma emoção tão precisa que confunde até os analistas mais experientes. O campo de batalha da política brasileira entrou num estágio tecnológico inédito, onde a inteligência artificial se converteu na artilharia de um governo acuado — e ao mesmo tempo disposto a tudo para não perder a iniciativa.

Nos próximos capítulos, o que se espera é a judicialização acelerada de cada peça publicitária, a escalada das acusações de censura, e — muito provavelmente — a formalização de investigações sobre abuso de poder comunicacional. Em um país que ainda se recupera dos traumas da desinformação bolsonarista, a pergunta que ecoa é inevitável: se a inteligência artificial virou arma política, quem poderá detê-la?

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