Da Redação
Ministro da Fazenda defende desenvolvimento de cadeia produtiva em setores como lítio e terras raras, sinaliza disputas geopolíticas e amplia cooperação com UE, China e EUA.
Em audiência na comissão mista do Congresso que analisa a MP 1.303/2025, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (12 de agosto de 2025) que o Brasil deixe de exportar apenas minério bruto e passe a agregar valor aos seus recursos estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras — todos altamente cobiçados internacionalmente, sobretudo pelos Estados Unidos.
Haddad destacou que esses minerais representam uma oportunidade singular para o país, e que o governo americano já manifestou interesse em fechar parcerias que poderiam até reduzir as tarifas unilaterais de 50% aplicadas às exportações brasileiras. Segundo ele, o Brasil precisa pensar estrategicamente: “Temos que pensar uma forma de agregar valor a esse minério. Não podemos adiar esse debate. Temos que precipitar esse debate.”
O ministro ressaltou a importância de diversificar os parceiros, incluindo China e União Europeia, para fortalecer a produção nacional de alto valor agregado, gerar empregos qualificados e reduzir a dependência da exportação de commodities de baixo valor. Dados do Ministério de Minas e Energia apontam que o Brasil detém cerca de 25% das reservas globais de terras raras, o que pode colocá-lo em posição privilegiada no cenário internacional, especialmente nas cadeias de produtos estratégicos como baterias, eletrônicos e energia renovável.
Essa proposta de desenvolvimento industrial chega em um momento geopolítico sensível, com disputa global por minerais críticos e uma agenda de segurança econômica em debate. A produção local de valor agregado pode ser a chave para posicionar o Brasil como parceiro estratégico global e aumentar sua autonomia tecnológica.