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Inflação menor que o esperado em setembro reforça esperança de meta anual alcançável

Da Redação

Apesar de alta em setembro, IPCA ficou abaixo das expectativas e projeções foram revistas para baixo — cenário impulsiona confiança de que a inflação poderá ficar dentro do teto tolerado pelo Banco Central.

Em setembro de 2025, o IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou alta de 0,48 %, acima da queda observada em agosto, mas abaixo do que grande parte do mercado estimava.
No acumulado dos últimos 12 meses até setembro, o índice alcançou 5,32 %, ainda acima da meta central de 3 %, mas sinalizando uma desaceleração em relação às projeções mais pessimistas.
Esse resultado mais contido vem alimentando otimismo entre economistas e investidores de que a inflação anual de 2025 poderá permanecer dentro da banda de tolerância definida pelo regime de metas — o que representaria um fator político e econômico favorável para o governo.
Relatórios recentes, como o Boletim Focus, já apontavam revisões para baixo das estimativas de inflação do ano, passando de 4,9 % para 4,8 %. Essa convergência entre número observado e projeções revisadas reforça a convicção de agentes econômicos de que o pico inflacionário pode ter sido superado.
Porém, o cenário ainda exige cautela. A inflação permanece acima da meta central e dentro da zona de tolerância. Há riscos de choques de oferta — principalmente nos preços de energia, combustíveis ou alimentos — que podem reverter a trajetória favorável. Ademais, uma retomada mais forte da atividade econômica poderia pressionar a demanda e elevar os preços novamente.
Para o Banco Central, a configuração atual permite manter a taxa Selic elevada por mais tempo, aguardando novos dados para eventual redução gradual. A autoridade monetária deverá observar a defasagem dos juros sobre a inflação e evitar cortes prematuros que comprometam o cumprimento da meta.
Se as previsões forem confirmadas e a inflação efetiva de 2025 terminar abaixo ou no limite tolerado, será uma conquista simbólica e real para o governo, demonstrando eficácia das políticas de controle de preços e fortalecendo a credibilidade da política monetária. Entretanto, qualquer desvio pontual nos próximos meses poderá colocar em risco essa trajetória.
Em resumo, o desempenho de setembro reacende esperança sobre o controle inflacionário em 2025. Embora não haja garantias, o cenário ajuda a reforçar expectativas mais positivas se choques externos se mantiverem contidos e a demanda interna moderada.