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Itália propõe garantias de segurança estilo Artigo 5 para a Ucrânia

Da Redação

Nos últimos dias, a Itália emergiu como protagonista na formulação de uma nova arquitetura de segurança para a Ucrânia. A primeira-ministra Giorgia Meloni afirmou que o país contribuiu decisivamente para a elaboração de um mecanismo de garantias de segurança inspirado no Artigo 5 da OTAN — que estabelece defesa coletiva —, aplicável à Ucrânia, mas sem conceder-lhe formalmente a adesão à aliança. A proposta italiana é hoje o elemento central em discussão entre os aliados ocidentais.

O ministro da Defesa da Itália, Guido Crosetto, reforçou que a prioridade de Roma é oferecer garantias robustas sob uma estrutura similar à OTAN. Segundo ele, esse tipo de mecanismo seria a forma mais crível de defesa sem provocar escaladas de conflito, e poderia ser adotado por meio da própria aliança ou por compromissos firmados entre países aliados.

Além disso, Meloni apresentou uma proposta ousada: em caso de nova invasão russa, os aliados da Ucrânia teriam apenas 24 horas para decidir se enviam forças para sua defesa. Essa cláusula destacava a velocidade e a reatividade como pilares da segurança coletiva.

Esses avanços ocorreram no contexto das discussões ampliadas em Washington entre líderes europeus, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma cúpula multilateral realizada em agosto. As garantias de segurança, baseadas no modelo do Artigo 5, estiveram no topo da pauta, sobretudo como resposta coletiva à escalada russa.

No entanto, há divergências significativas no Ocidente. Enquanto a Itália pressiona por mecanismos articulados de defesa coletiva, outros países como França e Reino Unido consideram a criação de uma força de segurança multilateral com presença aérea, naval e terrestre — com nuances variadas em relação aos moldes da OTAN.

Do lado russo, o Kremlin rejeitou frontalmente essas discussões, especialmente qualquer presença militar europeia na Ucrânia, advertindo que isso equivaleria à expansão da OTAN — um cenário que Moscou identificou como uma das causas raízes do conflito.

Dessa forma, a iniciativa italiana — que busca proteger a Ucrânia por meio de garantias coletivas rápidas, eficientes e sem adesão formal à OTAN — se aproxima das propostas em tramitação entre os Aliados, mas enfrenta resistências pragmáticas e políticas que precisam ser equilibradas em negociações diplomáticas complexas.