Da Redação
Kim Jong-un e Vladimir Putin participarão juntos, pela primeira vez, de um desfile militar em Pequim, sinalizando um alinhamento mais estreito entre China, Rússia e Coreia do Norte em resposta às pressões ocidentais.
O líder norte-coreano Kim Jong-un realizará sua primeira visita à China em seis anos para participar de um grande desfile militar em Pequim em 3 de setembro. O evento celebra o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e reunirá pela primeira vez Kim, o presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin — uma demonstração simbólica de alinhamento político e diplomático entre os três países.
O desfile militar, com forte carga simbólica, visa reafirmar a resistência contra a história moldada pelo Ocidente. Na ocasião, Xi fará um discurso, e haverá exibição de novos armamentos chineses, reforçando o poderio militar do país.
Esse é o primeiro evento multilateral de maior porte em que Kim participa desde que assumiu o poder, quebrando um isolamento diplomático de longo prazo. Estima-se a presença de 26 chefes de Estado ou governo, majoritariamente de países identificados com o Global South e que mantêm posturas críticas ao Ocidente. No entanto, líderes ocidentais, com exceção do primeiro-ministro da Eslováquia, estarão ausentes.
Analistas interpretam que Kim pretende, com esse movimento, elevar sua estatura internacional, legitimar seu regime e reforçar solidariedade com atores contrários à hegemonia ocidental. A presença de Putin e Xi juntos reforça a narrativa de uma coalizão emergente com ambições geopolíticas globais.
Paralelamente, especialistas lembram que, enquanto Moscou e Pyongyang intensificam sua cooperação militar (inclusive com apoio direto à guerra russa na Ucrânia), a China permanece como o principal parceiro econômico de ambos, especialmente de Kim. Essa dinâmica aponta para uma nova configuração estratégica na Ásia, com foco na consolidação de alianças não alinhadas ao Ocidente.
