Atitude Popular

Lindbergh alerta: anistia a golpistas seria inconstitucional e interferência no STF

Da Redação

Durante o julgamento da trama golpista no STF, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, criticou com veemência a tentativa de pautar anistia aos acusados, classificando a iniciativa como inconstitucional e uma interferência direta no Judiciário.

Nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025, no primeiro dia do julgamento do chamado “núcleo 1” da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF), o líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), manifestou forte oposição à tentativa de pautar um projeto de anistia aos réus acusados de planear golpe de Estado. Para ele, qualquer iniciativa nesse sentido seria “escandalosa” e atentaria contra o Estado Democrático de Direito. Lindbergh enfatizou que discutir anistia em meio ao julgamento seria uma ingerência inconstitucional no Poder Judiciário e uma afronta à separação dos poderes.

O parlamentar anunciou que pretende se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta, com o objetivo de garantir que o tema não seja incluído na pauta da semana, que, segundo ele, deve seguir tranquila. Ele classificou essa pressão como “interferência direta no julgamento do Supremo” e conclamou cautela e responsabilidade dos legisladores diante do momento crítico vivido pelo país.

Lindbergh ainda lembrou que crimes praticados contra o Estado Democrático de Direito não são objetos de anistia. Ele expressou preocupação com o apoio velado a esse projeto por lideranças do PL, PP, União Brasil e Republicanos, além de mencionar que o governador de São Paulo esteve em Brasília defendendo o indulto. Essa articulação, segundo o parlamentar, é irresponsável e desrespeitosa com o momento institucional.

Os movimentos em Brasília têm sido intensos nos bastidores, com tentativas de trazer a proposta de anistia para a pauta imediatamente após o julgamento no STF. No entanto, Lindbergh garantiu que a pauta desta semana será composta por projetos como o combate à fome, e não por temas controversos como esse.

O julgamento, que começou hoje e deve se estender até o próximo dia 12, discute a responsabilização de Jair Bolsonaro e outros sete réus por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros. A discussão sobre anistia, no momento, representa não apenas uma ameaça à justiça, mas à própria ordem constitucional.