Da Redação
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) classificou como “absurdo” o pedido de Eduardo Bolsonaro para exercer seu mandato a partir dos Estados Unidos, e exigiu a cassação dele e de Carla Zambelli, chamando ambos de “turma golpista”.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) utilizou sua rede social nesta sexta-feira, 29 de agosto de 2025, para criticar com veemência o ofício enviado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao presidente da Câmara dos Deputados solicitando autorização para exercer seu mandato diretamente dos Estados Unidos — país onde reside desde fevereiro.
Para Lindbergh, o pedido foi um ultraje. Ele declarou que o documento “precisa ir para a lata do lixo” e defendeu que a Câmara tenha “coragem” para cassar Eduardo Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli, alegando que ambos fazem parte de uma “turma golpista”.
O ofício de Eduardo foi enviado ao presidente da Casa, Hugo Motta, e nele ele alegou estar impedido de retornar ao Brasil por suposta perseguição política e jurídica. Como justificativa, Eduardo citou que permanece nos EUA em licença não remunerada, afirmando que sua permanência foi necessária para manter esforços diplomáticos com relevância para o país.
Desde que se mudou para os Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro vem mantendo encontros com autoridades americanas, defendendo públicamente o presidente Donald Trump — a quem chamou de “o maior líder de todos os tempos” — e agradecendo medidas tarifárias que afetaram as exportações brasileiras. Essas articulações aconteceram num contexto em que ele vinha pleiteando favores políticos favoráveis ao clã Bolsonaro.
Recentemente, a Polícia Federal indiciou Eduardo e seu pai, Jair Bolsonaro, por suposta tentativa de influenciar processos judiciais por meio de articulações internacionais. O caso segue em análise no Supremo Tribunal Federal, em meio a um ambiente de alta tensão política e institucional.
Paralelamente, a deputada Carla Zambelli continua presa na Itália, mesmo após nova audiência judicial, com base em laudo médico que não indicou incompatibilidade de prisão. A Justiça italiana considerou o risco de fuga e manteve a detenção, que ainda envolve o processo de extradição ao Brasil.