Atitude Popular

Lula afirma em Jacarta que Estado brasileiro recupera sua capacidade de planejamento

Da Redação

Durante o Encontro Empresarial Brasil-Indonésia em Jacarta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que seu governo “está recuperando a capacidade de planejamento do Estado brasileiro” e enfatizou a importância de parcerias internacionais para o crescimento do país.

Em Jacarta, na Indonésia, Lula afirmou que o governo brasileiro está consolidando um novo ciclo de desenvolvimento centrado em planejamento estatal, inovação e integração internacional. Ele disse que “estamos recuperando a capacidade de planejamento do Estado brasileiro e trabalhando para atrair cada vez mais investimentos”.

O presidente explicou que os resultados alcançados até agora são fruto de “um trabalho consistente de modernização regulatória e incentivos à inovação e à parceria público-privada”. Ele ressaltou ainda que reformas econômicas recentes, além de um diálogo mais intenso com países do Sul Global, contribuem para dar ao Brasil “uma economia mais equilibrada e cooperativa”.

Na sua avaliação, a reestruturação da política fiscal e tributária foi parte essencial desse esforço, com propostas para corrigir “distorções históricas” e tornar o ambiente de negócios mais previsível. Ele mencionou que, no âmbito da modernização do Estado, ajustes foram feitos para que o governo possa planejar com horizonte mais amplo e menos improvisação.

Lula ainda destacou que o encontro com empresários e representantes internacionais reforça o compromisso brasileiro com mercados além dos tradicionais — com a Ásia e o Sudeste Asiático como alvos de novas missões. Ele disse que ampliar a integração comercial e produtiva com a Indonésia e com outros países emergentes faz parte de uma estratégia para diversificar parceiros e reduzir a dependência de mercados tradicionais.

O discurso contou com a reafirmação de que o Estado não pretende apenas intervir ou gastar mais, mas sim planejar de forma inteligente, mobilizando recursos, definindo metas de médio e longo prazo, articulando parcerias público-privadas e ajustando estrutura regulatória e institucional. Para Lula, essa visão de planejamento é o “contraponto à era das emergências” e das “políticas pontuais sem continuidade”.

A iniciativa também sinaliza um reposicionamento da diplomacia econômica brasileira, que busca transferir para o Brasil um papel maior na governança global e nas cadeias de valor emergentes. Lula afirmou que o país pretende liderar projetos de investimento e cooperação no Sul Global — e não apenas “seguir ordens externas”. Esse reposicionamento se conecta à ideia de que o Estado brasileiro precisa recuperar não apenas funções regulatórias, mas de orientação estratégica sobre setores como infraestrutura, tecnologia e energia.

Apesar do tom otimista, analistas avaliam que o desafio é concreto e não simbólico. Recuperar a capacidade de planejamento requer não apenas discursos e declarações, mas recursos, quadros técnicos qualificados, coordenação interministerial e continuidade institucional. A formulação de políticas de longo prazo depende de estabilidade política, clareza regulatória e governança que assegure previsibilidade para investidores — algo historicamente mais frágil no Brasil.

Em resumo, o que Lula propôs em Jacarta foi uma agenda ambiciosa: fazer do Brasil um país que planeja e executa, e não apenas reage às crises. A ver-se então se as declarações terão efeito real em investimentos, reformas e resultados concretos.


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