Da Redação
Segundo levantamento da AtlasIntel divulgado pela Bloomberg News, Luiz Inácio Lula da Silva lidera índices de aprovação entre presidentes sul-americanos, sinalizando um momento de prestígio reforçado no exterior.
Uma pesquisa recente da AtlasIntel em parceria com a Bloomberg revelou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é atualmente o líder mais popular da América do Sul. O levantamento mostra que, em meio a um cenário político regional conturbado, Lula mantém índices de aprovação superiores aos de seus pares, sustentando uma imagem de estabilidade e liderança.
De acordo com os dados, Lula aparece com aprovação majoritária no Brasil, revertendo parte das oscilações observadas no primeiro semestre e retomando um patamar de confiança pública que o coloca à frente de presidentes como Javier Milei, Gabriel Boric e Gustavo Petro. A pesquisa, realizada em setembro, aponta que o petista combina avaliação positiva no campo interno com forte prestígio internacional — uma rara convergência na política latino-americana recente.
O resultado reflete o sucesso da estratégia diplomática do governo, que tem reposicionado o Brasil como ator central nas negociações multilaterais e nos fóruns internacionais, especialmente no BRICS, no G20 e nas articulações com o Sudeste Asiático. Além disso, medidas internas de recuperação econômica, programas sociais e políticas industriais voltadas à transição verde têm contribuído para consolidar a percepção de retomada de rumo.
Para analistas, o desempenho de Lula na pesquisa simboliza um novo ciclo de soft power brasileiro: enquanto outros governos da região enfrentam crises de legitimidade, o Brasil volta a exercer papel de mediador e articulador político no Sul Global. Essa posição é reforçada pelo discurso de soberania nacional, autonomia tecnológica e defesa de uma governança mundial multipolar — temas que ecoam tanto em Brasília quanto em fóruns internacionais.
Mesmo assim, o cenário interno permanece desafiador. A aprovação crescente ainda convive com índices significativos de insatisfação, especialmente em temas ligados à segurança pública e à inflação. A popularidade, portanto, não elimina os riscos de desgaste político, mas funciona como ativo estratégico em um momento em que o governo busca estabilidade institucional e avanço de pautas estruturantes no Congresso.
O prestígio internacional de Lula também serve de escudo simbólico contra as tentativas de desestabilização vindas de setores da extrema-direita global e da mídia conservadora. Sua imagem de estadista moderado e diplomático reforça o contraste com líderes autoritários e fortalece a percepção de que o Brasil voltou a ter voz ativa e credível nas grandes discussões do século XXI — de clima e tecnologia a segurança global e reforma das instituições multilaterais.
Em síntese, a pesquisa da AtlasIntel não apenas destaca Lula como o presidente mais popular da América do Sul, mas também confirma o que já se desenhava no tabuleiro geopolítico: o Brasil retomou sua centralidade na região e volta a projetar influência global. A questão, agora, é como transformar essa legitimidade em poder real — convertendo o capital político e diplomático acumulado em políticas duradouras de soberania, integração e desenvolvimento.


