Da Redação
Presidente avalia usar espaço na Assembleia Geral da ONU para reforçar proposta de solução de dois Estados para Palestina, desafiando posições de Israel e dos EUA.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deverá participar da Conferência para a Solução Pacífica da Questão da Palestina, marcada para o dia 22 de setembro em Nova York, levantando a bandeira da criação de um Estado Palestino. A pauta deve colocá-lo em rota de colisão diplomática com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ambos contrários à proposta.
Segundo fontes ligadas ao governo, Lula pretende aproveitar o fórum da ONU para reforçar compromissos internacionais que colocam o Brasil ao lado da defesa do direito internacional, da soberania nacional e da democracia. Além da questão palestina, ele deve tocar em temas como tensões mundiais, conflitos humanitários recentes e buscar apoio à reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A comitiva brasileira que irá a Nova York ainda enfrenta trâmites de vistos para entrar nos Estados Unidos. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que os vistos ainda estão em processamento, mas que o Brasil confia na obrigação legal dos EUA de concedê-los, conforme previsto em acordos internacionais relativos à sede da ONU.
Este será um momento diplomático significativo: além da Assembleia Geral da ONU, Lula deverá participar de eventos paralelos como cúpulas sobre democracia, meio ambiente e negociações climáticas. A expectativa é que sua presença na conferência pró-Palestina traga visibilidade e reafirme a posição brasileira frente ao Ocidente, ao mesmo tempo em que busca fortalecer alianças com países do Sul global.
Também é destacado no governo que a confirmação da ida depende da presença de outros chefes de Estado no evento pró-Palestina, para que a iniciativa não fique descontextualizada ou isolada do ponto de vista diplomático.