Da Redação
Na cúpula do BRICS ampliado, presidente brasileiro reage com firmeza às ameaças do ex-presidente dos EUA e sinaliza um Brasil que não aceita intimidações nem subserviência, defendendo a multipolaridade e o respeito entre nações.
No tabuleiro tenso da geopolítica internacional, marcado por ameaças, egos inflados e disputas de poder, a recente troca de farpas entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ganha contornos simbólicos. Não se trata apenas de um embate retórico entre dois líderes — mas de um sinal claro de que o Brasil não se ajoelha. À altura do ex-presidente norte-americano, o atual presidente brasileiro respondeu com altivez, compostura e, sobretudo, com a autoridade que vem de liderar uma das maiores democracias do hemisfério sul.
Durante a Cúpula do BRICS ampliado, realizada em Moscou, Lula não se furtou de responder às provocações de Trump, que usou sua rede social para atacar o bloco econômico e ameaçar países que “insistirem em alianças anti norte-americanas”. A ameaça de imposição de tarifas sobre produtos brasileiros caso volte à Casa Branca foi considerada, nas palavras de Lula, “muito irresponsável” — e tratada com a firmeza que o momento exigia.
“Não existe mais imperador. Somos países soberanos”, declarou Lula, encerrando a coletiva da cúpula com uma frase que reverberou como um manifesto político contra a lógica imperial das potências ocidentais.
A altivez de um Brasil em pé
Ao contrário do que esperavam setores alinhados ao discurso intervencionista dos EUA, o governo brasileiro não recuou. Lula reafirmou o compromisso do país com a multipolaridade, com o comércio justo e com a busca de uma ordem internacional baseada na cooperação e não na intimidação. Em suas palavras, “um presidente ameaçar o mundo pela internet é muito irresponsável”.
A postura brasileira surpreendeu positivamente analistas internacionais, que observaram no discurso de Lula um contraponto direto à retórica agressiva e unipolar de Trump. Em vez de ceder ao medo, o Brasil apresentou-se como uma nação autônoma, disposta a defender seus interesses sem abrir mão do diálogo e do respeito à autodeterminação dos povos.
BRICS como alternativa concreta
A troca de farpas não ocorreu por acaso. O crescimento do BRICS e sua consolidação como um polo alternativo de poder tem incomodado a elite política dos EUA, especialmente em um momento em que a aliança entre países do Sul Global passa a tomar medidas mais concretas em direção à desdolarização, à integração econômica e ao fortalecimento de estruturas próprias, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
Lula tem defendido ativamente esse processo, ressaltando que “o mundo não pode continuar sendo governado por um único país e sua moeda”. Ao lado de líderes como Xi Jinping, Vladimir Putin, Cyril Ramaphosa e os novos integrantes do bloco, o presidente brasileiro mostra que há um caminho possível para fora da hegemonia anglo-americana: um caminho baseado na solidariedade entre nações emergentes, na soberania econômica e em modelos alternativos de desenvolvimento.
A reação dos bastidores
Fontes diplomáticas relataram ao Brasil de Fato e à BBC Brasil que, mesmo diante do tom beligerante de Trump, o Brasil não cogitou em momento algum alterar sua postura no BRICS. Ao contrário: Lula aproveitou a crise para reforçar laços com os parceiros estratégicos e impulsionar as negociações sobre uma moeda comum de lastro digital, considerada uma das frentes mais sensíveis para romper a dependência do dólar nas transações internacionais.
No Itamaraty, a leitura é clara: Trump joga para sua base ultranacionalista, mas o Brasil joga com os dados da realidade. A economia brasileira, hoje mais diversificada e menos vulnerável do que há duas décadas, tem espaço para resistir a eventuais sanções comerciais dos EUA — especialmente se contar com o apoio de potências como China, Rússia, Índia e Irã, integrantes do novo BRICS+.
Soberania não se negocia
O episódio marca, também, um momento simbólico na reconstrução da política externa brasileira. Após anos de subserviência e alinhamento automático com interesses dos EUA, o governo Lula recoloca o Brasil em seu lugar histórico: o de mediador, articulador e defensor da autodeterminação dos povos.
A reação de Lula não foi apenas uma resposta a Trump. Foi uma mensagem ao mundo. Um aviso de que o Brasil não aceita mais ameaças como política de Estado, e de que o século XXI não será regido por tweets raivosos de líderes nostálgicos do tempo em que bastava bater na mesa para dobrar o Sul Global.
Se Trump pretende reinstituir tarifas para tentar conter a emergência de novas potências, encontrará em Lula um líder que conhece a história, entende os mecanismos da diplomacia e tem o apoio de blocos que representam a maioria da população mundial.
Uma nova etapa
A cúpula do BRICS de 2025 pode entrar para a história como o marco de um novo ciclo geopolítico: um mundo em que o Brasil atua como sujeito ativo, altivo e estratégico. A fala de Lula, com o peso de quem já enfrentou pressões internas e externas, mostra que o país não se curva.
Em vez de temer Trump, o Brasil dialoga com o mundo.
E responde à altura.